Tonico E Tinoco Na Chantecler (CHANTECLER CH 3095) - (1964) - Tonico e Tinoco
Tem Dó
Tem dó da minha dorÂ
Não posso viver sem teu amor
A folha nasce da rama
Perfume nasce da flor
No coração de quem ama
A desventura do amor
Tem dó da minha dorÂ
Não posso viver sem teu amor
Se não tivesse saudadeÂ
Não havia cantadorÂ
Não tivesse falsidadeÂ
Não havia sofredor
Tem dó da minha dorÂ
Não posso viver sem teu amor
Se não tivesse distânciaÂ
Dos tempos que já passouÂ
Não haveria saudadeÂ
Lembrança do teu amou
Tem dó da minha dorÂ
Não posso viver sem teu amor
Cruz Da Viola
A roça é o nosso emprego, o trabalho é nossa vidaÂ
A viola me disfarça em todas horas sentidaÂ
Vendo morrer a esperança vendo a lavoura esquecidaÂ
Abençoai todos os roceiros ó Senhora AparecidaÂ
São Paulo foi uma aldeia que no alto foi erguidaÂ
Hoje é o braço direito da nossa terra queridaÂ
Pescadores encontraram nas águas do ParaÃbaÂ
A imagem tão milagrosa da Senhora AparecidaÂ
Sempre fui bom violeiro gosto de modas sentidaÂ
Já passei horas amargas no caminho desta vidaÂ
Nunca perdi a esperança a batalha está vencidaÂ
Procuro servir a Deus e a Senhora AparecidaÂ
Quando deixar de cantar com a vós enfraquecidaÂ
Vou deixar uma lembrança que nunca será esquecidaÂ
Vou fazer da minha viola uma cruz toda floridaÂ
Vou levar nos pés do altar da Senhora Aparecida
Destino De Carreiro
Alegria de carreiro é quando vai carrear
A tristeza do carreiro é ver o carro cantar
Lembra da namorada que vinha na estrada
Ver o carro passar
Seu chapéu de couro cru sua vara de ferrão
A boiada companheira a poeira do estradão
Lembra da mocidade que ficou saudadeÂ
No seu coração
Carreiro chega de viagem no transporte do café
Deitando na sua rede no seu rancho de sapé
A sua vida é cansada sonha com a boiada,
Carro e a mulher
Carreiro é um destino sua vida é a boiada
Passa na campina verde sereno da madrugada
Pro sertão vai carreando até ver chegando
O fim da sua estrada
Paulistinha
Eu saà lá de Campinas bem antes do amanhecerÂ
Pra casa com a paulistinha acabar o meu sofrerÂ
Eu falei com o pai dela velho não quis atenderÂ
Eu roubei a paulistinha saÃmos cedo sem ninguém verÂ
Já vendi minha boiada eu já fui receberÂ
Vou deixar nossa fazenda para nada acontecerÂ
Oh! Meu pai eu vou embora eu já lhe explico porqueÂ
Vou levando pra bem longe a paulistinha meu bem quererÂ
A moça veio chorando o que vai me acontecerÂ
Dos seus olhos cor de amora vi as lágrimas descerÂ
Soluçando me falou eu confio em vocêÂ
Apertei ela nos braços a paulistinha meu bem querer
Â
Eu estando no meu baio nada vai te acontecerÂ
Levo o trinta carregado para nós se defenderÂ
Vai o pala na garupa e por acaso choverÂ
E vamos viver juntinhos, ó paulistinha meu bem quererÂ
Praiana
Vou encostar meu barquinho no marÂ
Esperando a praiana do amorÂ
Ela vem vindo de longeÂ
Na barca de um pescador
Marinheiro, marinheiro que vaiÂ
Com seu barquinho daqui para alémÂ
Partindo leva saudadeÂ
Quem fica saudade tem
O amor é como as águas que vaiÂ
É falso que nem as ondas que vãoÂ
O teu sorriso praianaÂ
Naufragou meu coraçãoÂ
O amor dessa praiana é igualÂ
Dum barquinho que foi pra não voltarÂ
Nas ondas duma saudadeÂ
Na verde estrada do mar
Moreninha Linda
Meu coração tá pisado, como a flor que murcha e cai
Pisado pelo desprezo do amor quando desfaz
Deixando a triste lembrança adeus para nunca mais
Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você
O amor nasce sozinho não é preciso plantar
A paixão nasce no peito falsidade no olhar
Você nasceu para outro eu nasci pra te amar
Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você
Eu tenho meu canarinho que canta quando me vê
Eu canto por ter tristeza, canário por padecer
Da saudade da floresta eu saudade de você
Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você
Criminoso
O tal de Quirino Basto foi pior que o LampiãoÂ
Matava por passar tempo na mais cruel judiaçãoÂ
Quantas moças que morreram nas garras do valentãoÂ
Quanto sangue derramado quanto luto no sertão.Â
No seu cavalo assassino por nome de satanásÂ
Quirino Basto chego lá no vendinha do BrásÂ
Provocando a rapaziada costume que sempre fazÂ
Estou aqui porque cheguei sem beber ninguém não saiÂ
Tinha um menino na venda foi saindo ali do meioÂ
Pinga à força eu não bebo falou mesmo sem receioÂ
Quirino deu uma risada vai bebê menino feioÂ
Homem de barba na cara tenho cortado de reioÂ
Barba na cara eu não tenho os meus atos eu determinoÂ
Eu não tenho pai nem mãe nem sei qual é o meu destinoÂ
Mas eu tenho educação apesar de ser meninoÂ
Venha de reio cortar se tu for homem QuirinoÂ
Pela guascada do reio com uma bala ele encontrouÂ
Quirino puxou o revólver, mas suas forças acabaram
Quirino deu quatro voltas caiu no chão e falouÂ
Me perdoe rapaziada que o menino me matouÂ
O Lai, Morena
O baile está se acabano vem chegando a madrugadaÂ
Meu cavalo tá arreado vou fazer a retiradaÂ
O lai morena vou fazer a retiradaÂ
Monte aqui na garupa vamos embora minha amadaÂ
Ela me abraçou chorando quero ir pra Minas GeraisÂ
Morena nós vamos embora pro lado que o vento vaiÂ
O lai Morena pro lado que o vento vaiÂ
Nós se casa na capela depois falo com teu paiÂ
Você disse que me ama quem quer bem não faz assimÂ
Eu choro pela morena ela viola chora por mimÂ
O lai Morena e a viola chora por mimÂ
O amor nunca se acaba e a saudade não tem fim
Cristo Redentor
Com os teus braços abertosÂ
O nosso Deus verdadeiroÂ
Abençoando vossa genteÂ
Dando paz ao mundo inteiroÂ
Saudando o povo cariocaÂ
Querido Rio de Janeiro
Esperança em toda horaÂ
É o nosso protetorÂ
Tua bênção sem demoraÂ
A nós pobre pecadorÂ
És a luz da nova auroraÂ
O meu Cristo Redentor
Pedimos à Vossa mãeÂ
A Senhora AparecidaÂ
Que seja nossa esperançaÂ
Para a luta desta vidaÂ
Viva o quarto centenárioÂ
Dessa cidade querida
Do alto do corcovadoÂ
Guia o nosso calendárioÂ
No presente e no futuroÂ
Nas contas do teu rosárioÂ
É o Rei da GuanabaraÂ
Nesse quarto centenário
Rei Dos Pampas
Sou rei dos pampas, sou gaúcho forteÂ
Sou um bom amigo, e amigo de festaÂ
Tenho por cama do meu rancho a palhaÂ
E o meu pala no calor da sesta
Não tenho casa nem morada certaÂ
Tenho um cavalo, e na garupa um laçoÂ
Um bom arreio, um rebenque prateadoÂ
Um bom revólver e seis bala de aço.Â
Entro num baile arrastando a esporaÂ
Danço a tirana e também a rancheiraÂ
Se encontro ali uma china morenaÂ
Essa comigo dança a noite inteiraÂ
De rei dos pampas ela deu-me o nomeÂ
Eu vou contar o motivo porqueÂ
Seis bandoleiros me deram um apertoÂ
E eu solÃto fiz os seis correrÂ
Um certo dia numa gauchadaÂ
Montei em pêlo num baguá teimosoÂ
Soltei o tala entre as duas orelhasÂ
Piquei de espora esse baguá furiosoÂ
O fazendeiro um certo patriarcaÂ
Quis dar emprego mas não aceiteiÂ
O meu destino é viver nos pampasÂ
De pago em pago já me acostumei
Tenho uma china que eu adoro muitoÂ
Mora na serra da estância do tioÂ
De rei dos pampas ela deu-me o nomeÂ
Por Deus eu juro que ela não mentiuÂ
Sou mais que um rei embora sem tesouroÂ
Sou o rei dos pampas eis o sina minhaÂ
Se ele tem uma coroa de ouroÂ
Eu tenho a china que é a minha rainha.Â
Cabelo De Trança
Quase na beira da estrada uma casinha existe
Uma moça muito triste sem o riso da esperança
Perguntei do seu passado ela respondeu chorando
Meu vida vou marcando em cada nó da minha trança
Quando era pequena não tinha dois anosÂ
Mal tô recordando deste nó quem deu
Minha mãe doente já sem esperançaÂ
Me fez uma trança e depois morreu
Foi passando o tempo eu triste lembravaÂ
Da mãe e chorava meu pai foi-se embora
Eu fiquei sozinha nessa taperinhaÂ
Com minha madrinha que é Nossa Senhora
Fiquei noiva um dia recebi aliançaÂ
Meu noivo na trança uma fita amarrou
A fita era o luto que o destino encerraÂ
Ele foi pra guerra nunca mais voltou
Lá no cemitério quando a tarde desceÂ
Vou fazer uma prece muito entristecida
Já sem esperança chorando a lembrançaÂ
Vejo em cada trança toda minha vida
Pinho Sofredor
O meu pinho sofredorÂ
Chora sem consolaçãoÂ
Tu que é madeira choraÂ
Que fará meu coração
Meu violão também tem almaÂ
Como eu também quer bemÂ
Cada soluço que eu douÂ
Ele soluça também
Sentido o meu pinho cantaÂ
De tristeza as corda choraÂ
Saudade meu peito clamaÂ
De um amor que foi-se emboraÂ
Tenho ciúmes do meu pinhoÂ
Ninguém nele põe a mãoÂ
Ele conhece os segredos
Do meu pobre coração
Músicas do álbum Tonico E Tinoco Na Chantecler (CHANTECLER CH 3095) - (1964)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Tem Dó | Tonico / Chiquinho | Samba Caipira |
Cruz Da Viola | Tonico / Irineu Bazza | Toada |
Destino De Carreiro | Tonico / Tinoco | Valsa |
Paulistinha | Tonico / Tinoco / Carlito | Cateretê |
Praiana | Tonico / Tinoco / Antonio T. Dos Santos | |
Moreninha Linda | Tinoco / Priminho / Maninho | Cana-verde |
Criminoso | Tonico / Tinoco / Lourival Dos Santos | Moda De Viola |
O Lai, Morena | Tonico / Piraci | Cana-verde |
Cristo Redentor | Tonico / Eduardo Liorente | Toada |
Rei Dos Pampas | Raul Torres | Xote |
Cabelo De Trança | Tonico / Tinoco / Zé Paioça | Guarânia |
Pinho Sofredor | Fêgo Camargo | Toada Balanço |