Recordando O 78 (Volume 1) (DISCOLAR LPDS 32114) - (1970) - Tonico e Tinoco
Esquadrão Brasileiro
O sertão está louvando o nosso time altaneiro
Que venceu lá na Suécia os países do mundo inteiro
Mostrando nosso valor para todos os estrangeiros
O mundo inteiro aplaudiu os campeões brasileiros
Um viva para o Gilmar e todos que combateram
O Belini e Nylton Santos nossos valentes zagueiros
Dijalma, Zito e Orlando nosso torrão defenderam
Honrando nossa bandeira os campeão brasileiro
Garrincha, Didi e Vavá na linha são os primeiro
Com Zagalo e o Pelé atacantes pioneiros
Ganhando a Copa do Mundo e todos os jogos venceram
Um viva pros diretores do esquadrão brasileiro
O nosso Brasil glorioso campeão do mundo inteiro
Vai ficar em nossa lembrança na história dos estrangeiros
Aqui vai nossa homenagem em nome dos violeiros
Saudando a grande vitória do esquadrão brasileiro
Bico De Pena
Com pena peguei na pena para com pena escrever
Lembrando de Ritinha que comigo eu vi crescer
Foi escrevendo estes versos comparando meu viver
Com este bico de pena que escreveu o meu padecer
Naquele mesmo cartório há muitos anos passados
Com o mesmo bico de pena nós dois fomos registrados
E naquela capelinha onde fomos batizados
A mesma pena deixou nosso destino marcado
Depois juntinho na escola como a inocência da flor
Eu escrevia contando meu destino sofredor
Depois que ficamos moço fez da pena o portador
Do bilhete que levava as nossas queixas de amor
Um dia na mesma igreja onde fomos batizados
Toda vestida de branco ela ajoelhou do meu lado
Com o mesmo bico de pena foi nosso nome assinado
E o seu vigário falou parabéns estão casado
Um dia Deus levou ela e sozinho me deixou
Aquela pena que um dia nosso destino juntou
E depois sem piedade a mesma assinou
Seu atestado de morte no livro da minha dor
Milagre Do Amor
Num rancho lá atrás da serra, linda criança nascia
Tão cega como as trevas sem poder ver a luz do dia
O menino foi crescendo falava triste a chorar
Andava pender pendendo mamãe não posso enxergar
A pobre mãe comovida abraçando o ceguinho
Chorou lágrimas doloridas carregando o seu filhinho
Foi correndo na capela ajoelhou aos pés da cruz
Acendendo todas as velas fez uma prece a Jesus
Senhor todo poderoso meu filhinho é um sofredor
Estou aqui ajoelhada implorando pro Senhor
Mas me faça esse milagre do meu filhinho enxergar
Aqui ajoelhada a seus pés eu prometo me cegar
Quando na porta da igreja com seu filho carregando
Ele grita, chora e fala mamãe eu já to enxergando
Ela volta tão depressa e ajoelhou em frente do altar
E cumprindo sua promessa os seus olhos arrancar
Mas porém nesse momento uma voz então se ouviu
A imagem do Poderoso parece que até sorriu
Dizendo à pobre mãe vai criar o teu filhinho
E leve a luz dos teus olhos pra lhe ensinar o bom caminho
Parayba
Paraíba, paraíba rio bonito encantado
Da famosa corredeira da lagoa e do banhado
Esse rio é minha vida onde eu mais tenho pescado
Na ceva das piabanha já fisguei até dourado
Na beira do Paraíba fui nascido e fui criado
E nas águas desse rio um dia fui batizado
No vale sou conhecido pirangueiro afamado
Pesquei um dia a sereia com quem eu tinha sonhado
Fui subindo rio acima no meu bote sossegado
Soltei o remo na proa dei a volta no espraiado
Uma moça me chamou na barranca do outro lado
Atravessei o rio solteiro e pra cá voltei casado
Hoje eu vivo com a Maria minha fiel companheira
No meu rancho de barrote feito de sapé e madeira
Abraçado com a morena passou quase hora inteira
Vendo as ondas quando some caindo na corredeira
Tua imagem milagrosa pelo céu foi escolhida
No ventre da correnteza uma santa foi nascida
Padroeira do Brasil é de todo a mãe querida
Paraíba foi o berço da Senhora Aparecida
Último Roubo
Dormindo a pobre criança num sorriso de esperança
Na inocência divinal sonhava no seu bercinho
E via o seu presentinho numa noite de Natal.
O menino inda dormindo viu então num sonho lindo
De repente uma visão sem cismar que era um malvado
Com um revolve embalado um perverso, um ladrão
O menino de repente acordando tão contente
Do bercinho levantou o Papai Noel querido
Atendeu o meu pedido o ladrão ele abraçou
Eu não sou Papai Noel vim pra ver o que você quer
E o Papai Noel lhe traz eu só quero um cavalinho
Sê pudesse um sapatinho porque o meu não presta mais
Meu Deus que é toda clemência eu juro pela inocência
Do menino pobrezinho vou cumprir esta missão
Convencer todos ladrões a seguir pro bom caminho
Foi roubar o cavalinho e o par de sapatinho
No bercinho ele deixou deu um beijo no menino
Que mudou o seu destino nunca mais ele roubou
Castigo
Nestes versos eu vou contar, mas é a história dum ricaço
Que apesar de se bem rico também teve o seu fracasso
Quando um pobre ia pedi lá no seu portão de aço
Respondia hoje não tem ai, ai, ai, ai, lá de dentro do terraço
Sendo ele um homem rico nunca, nunca fez o bem
Ele nunca deu esmola nem pousada pra ninguém
O castigo nunca falta mesmo tarde sempre vem
Sua vida se arruinou ai, ai, ai, ai, foi na miséria também
E vivia pelas ruas todo sujo esfarrapado
Parecia um cão sem dono por este mundo jogado
E morreu de fome e frio pagou caro seus pecados
E morreu sem um socorro ai, ai, ai, ai, ele foi bem castigado
Hoje ta no cemitério num buraco bem profundo
Lá bem longe dos ricaços numa quadra lá no fundo
E na campa escreveram quem ta aqui é um vagabundo
Que morreu e já foi tarde ai, ai, ai, ai, não faz falta para o mundo
Sertaneja
Sertaneja volte aqui pra sua terra
Venha pro rancho da serra acalmar a minha dor
Meu ranchinho tão sozinho solitário
Testemunho em relicário da esperança que findou
Minha roça que por falta só de trato
Se perdeu tudo no mato que dá pena até ver
Só uma coisa no meu peito soluçando
Toda hora relembrando a saudade de você
Minha viola amarrada atrás da porta
Ficou muda, quase morta nunca mais eu quis tocar
Os passarinhos não cantam de madrugada
Deixou a casa abandonada como é triste recordar
Sertaneja tenha dó deste caboclo
Que a saudade pouco a pouco vai tirando o meu viver
Sertaneja, esse moço da cidade
Não te ama de verdade como eu gosto de você
Papai Noel Chorou
Noite de Natal eu faço uma prece
É uma promessa que eu tenho guardada
De Papai Noel me visto contente
Vou dando presente para a criançada
Parece mentira mais tudo é verdade
Que fatalidade papai Noel chorar
Chegou meia noite no bater o sino
Morreu meu menino que triste Natal
Nesta noite alegre que o mundo cantando
Menino brincando tudo é alegria
Meu triste presépio num berço de palha
Meu pranto se espalha meu filho morria
Entreguei chorando o seu presentinho
Que o meu filhinho para o céu levou
A mais triste lenda que eu recordo ainda
Nesta noite linda Papai Noel chorou
Sonho
Levantei cedinho no romper do dia
Logo pus a sela na besta tordilha
Pra ver a morena que há tempo não via
O galo cantava de longe se ouvia
A dor da saudade o meu peito sentia
Carreguei meu trinta só por garantia
Atravessando aragem desta serrania
No passo picado que a besta rompia
O sol foi saindo cerração sumia
Cheio de esperança a viagem eu seguia
Depois que eu passei a mata sombria
Avistei o rancho que ela vivia
E vi no terreiro o povo reunia
E grito de choro de longe se ouvia
Morreu a morena que mais eu queria
Um sino anunciando tão triste batia
Água dos meus olhos sem querer caia
Coração batendo no peito tremia
Lá no cemitério nós se despedia
Foi minha esperança noutra moradia
Acordei chorando da dor que eu sentia
Que era verdade que meu bem morria
Fui na casa dela ver o que acontecia
Tudo foi um sonho mas por garantia
Eu trouxe a mineira e casei nesse dia
Padre Lima
Conforme ta na escritura que os profetas escreveram
Os sagrados mandamentos que muita gente esqueceu
E Deus de nós não esquece um exemplo ele deu
Nas trevas do mundo velho mais uma luz acendeu
A providencia divina que na terra nos mandou
Um homem por mensageiro caridoso confessor
Curando cegos e mudos aleijados e sofredor
Padre Lima milagroso ministro do Criador
Cidade de Tambaú num recanto do sertão
Numa capela modesta onde fazem oração
Na Santa Cruz do cipreste reza milhar de cristão
Agradecendo os milagres pedindo a sua benção
Padre Lima peça à Deus paz no mundo e caridade
A Senhora Aparecida que de nós tenha piedade
Abençoai os grandes homens da justiça e da verdade
Para o bem deste Brasil pra salvar a humanidade
Dois Corações
Da idade de doze anos José e Maria se amavam
Mais o velho pai da moça com isso não concordava
Nas cartas que ele escrevia com tristeza ela contava
É melhor nós dois fugir outro jeito não achava
Combinaram de encontrar na mata do tombador
Maria saiu de casa e a má sorte acompanhou
Bem na volta do caminho uma onça lhe pegou
Só o seu xalinho branco no lugar ali ficou
José conheceu o chalé pela mata foi entrando
A trança dos seus cabelos na picada foi achando
Chegou na beira do rio do outro lado foi nadando
E numa gruta de pedra e a onça tava esperando
José viu Maria morta dentro da gruta pulou
E puxou do seu revolve nessa hora ele negou
Arrancou do seu punhal e com fera lutou
E três corpo ali sem vida dentro da gruta ficou
E chegou uns caçadores José ainda pode falar
Avise a minha família que eu não posso mais voltar
Maria morreu por mim por ela eu devo findar
Não casamos aqui na terra lá no céu nós vamos morar
Chico Viola Morreu
Numa tarde de setembro triste fato aconteceu
O sertão foi abalado quando o céu escureceu
Um violão sem companheiro uma voz emudeceu
Um Brasil sem cantador Chico Viola morreu
Suas moda tudo lembra dos amores que já viveu
Tudo chora sua vida que tristemente perdeu
Foi pro céu cantar com os anjos foi convidado por Deus
Deixou saudade na Terra Chico Viola morreu
A natureza chorava o mundo se entristeceu
E o sol avermelhado entre lágrima desceu
A lua por trás da mata soluçando apareceu
Chorando seu companheiro Chico Viola morreu
O morro cobriu de luto os tamborins não bateu
Chora o pandeiro do samba a favela emudeceu
O violão da serenata o destino recolheu
Só ficou a voz da saudade Chico Viola morreu
Msicas do lbum Recordando O 78 (Volume 1) (DISCOLAR LPDS 32114) - (1970)
Nome | Compositor | Ritmo |
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Esquadrão Brasileiro | Tonico / Tinoco / Pedro Capeche | Cateretê |
Bico De Pena | Tonico / Zé Fortuna | Moda De Viola |
Milagre Do Amor | Tonico / Alberto M. Alves | Toada |
Parayba | Tonico / Capitão Balduíno | Cururu |
Último Roubo | Tonico / Capitão Furtado | Toada |
Castigo | Tonico / Arlindo Pinto | Moda De Viola |
Sertaneja | Tonico / Tinoco / Capitão Furtado / F. Lacerda | Toada |
Papai Noel Chorou | Muijica / Zé Paioça | Valsa |
Sonho | Tonico / Paiozinho | Moda De Viola |
Padre Lima | Tonico / Zé Paioça | Toada |
Dois Corações | Tonico / Teddy Vieira | Moda De Viola |
Chico Viola Morreu | Tonico / Tinoco / J. Maffei | Toada |