Sertão Em Festa (SERTANEJO 211405095) - (1970) - Tião Carreiro e Pardinho
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Tristeza Do Jeca
Nestes versos tão singelos, minha bela meu amor
Pra você quero contar o meu sofrer e a minha dor
Sou igual um sabiá quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
Sou igual um sabiá quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Eu nasci naquela serra num ranchinho beira chão
Tudo cheio de buraco aonde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada lá no mato a passarada
Principia um barulhão
Quando chega a madrugada lá no mato a passarada
Principia um barulhão
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Lá no mato tudo é triste desde o jeito de falar
Pois um Jeca quando canta tem vontade de chorar
E o choro vai caindo devagar vai se sumindo
Como as águas vão pro mar
E o choro vai caindo devagar vai se sumindo
Como as águas vão pro mar
Nesta viola eu canto e gemo de verdade
Cada toada representa uma saudade
Saúde, Paz E Amor
Borboletas multicores tão gentis beijando as flores
Que enfeitam meu sertão, que enfeitam meu sertão
Lembram a frivolidade de quem pensa na cidade
Onde impera a ilusão, onde impera a ilusão
Céu e campo e natureza abençoam a riqueza
Deste amor que Deus nos deu, deste amor que Deus nos deu
Neste céu aqui na Terra, vejo um rancho ao pé da serra
E nós dois você e eu
O meu rancho é como um ninho feito num jardim em flor
Paraíso de carinho saúde, paz e amor
Começando da porteira tem um mastro, uma bandeira
Com São Pedro e São João, com São Pedro e São João
Na varanda muito alva, tem jasmim, avenca e malva
E também manjericão, e também manjericão
Pode alguém achar grotesco, mas eu acho pitoresco
Meu ranchinho ao pé do ipê, meu ranchinho ao pé do ipê
Bem parece um céu aberto, mas pra mim é um deserto
Se me falta até você
O meu rancho é como um ninho feito num jardim em flor
Paraíso de carinho saúde, paz e amor
Em Tempo De Avanço
O destino aqui me trouxe cantar pra vocês eu vou
Eu só trouxe coisa boa foi meu sertão quem mandou
No lugar que tem tristeza, eu vou levar alegria
Vou levar sinceridade onde existe hipocrisia
No lugar que tem mentira eu vou levar a verdade
Vou levar amor sincero onde existe falsidade
Quando eu daqui sair vocês vão sentir saudade
A Terra hoje balança vou agüentar o balanço
Quem espera sempre alcança eu espero e não me canso
Cantando a gente avança para depois ter descanso
Cheguei trazendo esperança cantando em tempo de avanço
Vou soltar o inocente não tem culpa quem prendeu
Vou castigar quem matou vou rezar pra quem morreu
Vou defender quem apanha batendo em quem bateu
Vou tomar de quem roubou tirando o que não é seu
Vou jogar com que ganhou vou ganhar pra quem perdeu
E para quem não tem nada vou dar o que Deus me deu
Se eu der tudo que eu tenho não acaba o que é meu
A Terra hoje balança vou agüentar o balanço
Quem espera sempre alcança eu espero e não me canso
Cantando a gente avança para depois ter descanso
Cheguei trazendo esperança cantando em tempo de avanço
Vai Chorando, Coração
O homem apaixonado por mais que se julgue forte
Ao sentir-se desprezado não resiste a negra sorte
Quem disser que ele não chora desconhece a verdade
Ao perder seu ente amado ele chora de saudade
Vai chorando coração com saudade de alguém
Vai chorando coração que chorar assim faz bem
Quem disse que mulher chora quase só por fingimento
É alguém que não conhece o mais puro sentimento
A mulher apaixonada quando ama de verdade
Ao saber que é amada chora de felicidade
Vai chorando coração com saudade de alguém
Vai chorando coração que chorar assim faz bem
Cabloclinha Malvada
Caboclinha malvada não me faça soluçar
Eu já tenho os olhos rasos de tanto chorar
O teu jeitinho até parece passarinho
Que cantando fica alegre sempre junto do seu ninho
Eu vivo triste soluçando no meu pinho
Sou um caboclo desprezado sem amor e sem carinho
Caboclinha malvada não me faça soluçar
Eu já tenho os olhos rasos de tanto chorar
O teu desprezo vai matando devagar
Roubando a felicidade de quem vive a te gostar
Eu vou embora vou pra bem longe morar
Eu levo como consolo tua imagem em meu olhar
Mestre Carreiro
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Lá vem o dia chegando vem chegando sossegado
Lá vem vindo o sol queimando com seu raio avermelhado
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Levanto de madrugada o meu gado eu vou buscar
A boiada já no carro vou indo pro cafezal
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Eu tenho meu boi Barroso, Pintassilgo e Padiá
Minha boiada é ligeira disso eu posso me gabar
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Lá vai meu carro na estrada vai cantando sem parar
No riacho da graúna eu paro pra descansar
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Eu chego lá no meu rancho descanso minha boiada
Estendo um couro no chão da minha cama arranjada
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Mestre carreiro como chama vosso boi
Chama saudade de um amor que já se foi
Tristeza Do Jeca
Instrumental
Ôi, Vida Minha
Eu desde pequeninho tinha má inclinação
Eu arriscava a minha vida pra domar qualquer pagão
Oi, vida minha, oi vida minha
Eu laçava burro bravo e chegava no mourão
O macho cavava terra de subi poeira do chão
Oi, vida minha, oi vida minha
Eu montava em burro chucro e também em redomão
Eu calcei meu par de espora com bem dor no coração
Oi, vida minha, oi vida minha
Do que eu tinha mais vergonha era a filha do patrão
A caçoar dando risada olha só o jeito do peão
Oi, vida minha, oi vida minha
De uma feita em um rodeio eu cismei de ser campeão
Vi a morte pelos olhos no descer um chapadão
Oi, vida minha, oi vida minha
O machão pulava alto que formava cerração
Eu passei por meu benzinho e nem pode dar a mão
Oi, vida minha, oi vida minha
Nove E Nove
Para frente e para o alto eu nunca posso parar
Comigo é nos nove nove, nove nove eu vou contar
Meus versos tem nove nove nenhum nove vai faltar
Eu vou dar o resultado que os nove nove dá
Eu nasci no dia nove, nove horas fui pagão
Nove padre e nove igreja, nove vezes fui cristão
Eu entrei em nove escolas e aprendi nove lição
Eu ganhei nove medalhas quebrei nove campeão
Nove baiano valente junta nove valentia
Nove susto e nove choro correndo nove família
Nove baiano pulando corta nove ferro fria
Nove facão tá tinindo, nove bainha vazia
Entrei em nove pagode topei nove valentão
Nove tapa e nove tombo, nove caboclo no chão
Nove processo correndo e trabalha nove escrivão
Nove ordem de soltura, nove advogado bom
Tive nove namorada, nove vezes fui casado
Nove sogra e nove sogro, nove lar abandonado
Quando foi no dia nove topei nove cabra armada
Nove tiro eu dei pra cima, fiz correr nove cunhado
Zenilton E Perereca
Minha gente to chegando no meu velho pangaré
Já topei num desafio com um gaúcho de Bagé
E agora vim trova vejam só com uma mulher
Não é por eu ser mulher que você chega e enfrenta
Você trova com gaúcho, mas comigo não agüenta
Vou ter dar tamanha surra que num ano tu não senta
Se tu fosse um certe forte ia se uma desgraça
Mas tu és um certe fraco eu prefiro achar graça
Se um dia eu tiver circo dou-te emprego de palhaça
Ser palhaço é uma honra é um ofício muito honrado
Não de pique pro palhaço nem que seja um pé rapado
Sei que gente que anda chique vai ceder é tudo fiado
Quando eu compro a prestação de pagar nunca me esqueço
Não sou de passar calote como alguém que eu conheço
Faz mudança em noite escura e não deixa o endereço
Dizem que quem usa cuida compra fiado e depois some
Não se sabe de onde veio nem seu verdadeiro nome
Cabeludo e calça justa nem se sabe se é homem
O meu nome é Zenilton pros amigos eu sou zé
Quer saber de onde eu vim eu vim de Baturité
Somos índios cabeludos pode ser o que é que é
Seja de Baturité, chique-chique ou murundu
Sabe com quem ta falando com a filha de Itu
Se eu te pego cangaceiro dou de rabo de tatu
O teu papo Perereca de tão grande até balança
Venha e traga algum barbado que te ajude a entrar na dança
De você eu corto o papo e do barbado eu rasgo a pança
Desafio para ter graça tem que ter umas besteiras
Obrigado povo amigo que animou a brincadeira
Jerimu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Ninguém agüenta com tamanha carestia
Os preços sobem todo dia não se pode mais viver
Há muita gente que faz tanta economia
Estão querendo ver se um dia se acostumam sem comer
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Tem um compadre que é bastante ignorante
Quer bancar o importante e é mais burro que um jumento
Pois outro dia foi dizer a certo moço
Macarrão daqueles grosso dava bom encanamento
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Na minha terra tem um tal de Zé Cutia
Pra faze estripulia é pior que o Lampião
Puxa a garrucha a grita que nem um loco
Vai dizendo pros caboclo lá vai fogo nos dedão
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
O Zé Do Tonho que é sobrinho da Maria
E parente da Luzia que é mãe de um primo meu
A sogra dele vem a ser mãe do cunhado
Que era filho do finado Juca Vivo que morreu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Minha barriga ta fazendo: zum, zum , zum , zum
Da vontade que eu tenho de comer jerimu
Pagode
Morena bonita dos dentes aberto vai no pagode o barulho é certo
Não me namore tão descoberto que eu sou casado, mas não sou certo
Modelo de agora é muito esquisito e essas mocinhas mostrando os cambitos
Com as canelas lisas que nem palmito as moças de hoje eu não facilito
Eu com a minha mulher fizemos combinação eu vou no pagode ela não vai não
No sábado passado fui ela ficou no sábado que vem ela fica eu vou
Eu com a minha mulher já vi que nós não combina ela vai pra baixo e eu vou pra cima
De um certo tempo pra cá já está ficando um relaxo ela vai pra cima e eu vou pra baixo
Biquinha De Água Limpa
Biquinha de água fria, biquinha de água limpa
Biquinha que mata a sede, biquinha dos beijos teus
A água escorrendo como canção em cantar dolente
Tal qual espelho a nossa frente onde avistava o corpo teu
Menina dos meus sonhos, biquinha dos beijos meus
A biquinha lá está a água escorrendo com sua luz
Tal qual espelho a nossa frente onde avistava o corpo teu
Vai Chorando, Coração
Instrumental
Msicas do lbum Sertão Em Festa (SERTANEJO 211405095) - (1970)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Tristeza Do Jeca | Angelino De Oliveira | Toada Balanço |
Saúde, Paz E Amor | Ariowaldo Pires | Toada |
Em Tempo De Avanço | Lourival Dos Santos / Tião Carreiro | Pagode |
Vai Chorando, Coração | Amarilda / Braz Baccarin | Rasqueado |
Cabloclinha Malvada | Serrinha | Toada Balanço |
Mestre Carreiro | Raul Torres | Arrasta-pé |
Tristeza Do Jeca | Angelino De Oliveira | Toada Balanço |
Ôi, Vida Minha | Cornélio Pires | Cururu |
Nove E Nove | Teddy Vieira / Lourival Dos Santos / Tião Carreiro | Pagode |
Zenilton E Perereca | Capitão Furtado | Baião |
Jerimum | Arlindo Pinto | Cateretê |
Pagode | Tião Carreiro / Carreirinho | pag |
Biquinha De Água Limpa | Márcia Botter Martinez / Wilson Arrighi | Guarânia |
Vai Chorando, Coração | Amarilda / Braz Baccarin | Rasqueado |