Ronaldo Viola E Praiano (2004) (GTCD 0013) - (2004) - Ronaldo Viola e Praiano
Desatino
Em um quarto de hotel, loucamente apaixonado
Eu estou desesperado feito uma estrela sem o céu
Sei que já é madrugada e meu sono que não vem
Será que me convém sair assim cortando estrada
Conversando com a solidão pra encontrar um certo alguém
Será que me convém ou tudo acabe dando em nada
Se ontem eu por lá passei saudade me apertou, mas não parei
Minhas mãos grudaram firmes no volante e o carro acelerei
Eu quis fugir do destino, fugir da realidade
E sufocando a saudade aquela cidade fui deixando pra trás
É que esse meu desatino é uma mulher envolvente
Amor diferente, olhar de serpente é o doce veneno que me satisfaz
O Mesmo Castigo
O destino fez de nós duas vÃtimas do amor
Eu não sei onde ela esta ela não sabe onde estou
O destino fez comigo o mesmo que fez com ela
Nos deu o mesmo castigo pois outra mulher comigo
E outro homem com ela
Oh, destino ingrato foi cruel de fato
Não foi meu amigo
Por quê a luz dos meus passos
Dorme em outros braços
Sonhando comigo
Sei que ela também sofre por que me ama de mais
Vivendo ao lado de outro não pode viver em paz
O mesmo se dá comigo da mesma sorte reclamo
Eu sofro a mesma saudade distante de quem eu amo
Não tenho felicidade
Oh, destino ingrato
Foi cruel de fato
Não foi meu amigo
Por quê a luz dos meus passos
Dorme em outros braços
Sonhando comigo
Parceria Com Deus
Carrego um acervo dentro do meu peito
De poesias que flui com minha inspiração
É uma bagagem com frases de amor
Que espantam a tristeza, mágoa e solidão
Junto com a viola presa em meus braços
Ocupo meu espaço sem ter pretensão
Não ganho dinheiro pra comprar o mundo
Mas ganho o mundo inteiro com minha canção
Por isso mesmo é que eu digo miséria pouca é bobagem
A gente beija o altar se não alcança a imagem
Sinto a presença Divina em cada frase que canto
Na parceria com Deus eu canto aqui no meu canto
Transmito á juventude o que aprendi de sobra
Na escola da vida a onde me formei
De todas as lições pude tirar proveito
Até os traiçoeiros tombos que levei
Somente a hipocrisia às vezes me provoca
Gente que não se toca e quer fazer a lei
Mas se for necessário abro mão de tudo
Pra começar de novo o que já terminei
Por isso mesmo é que eu digo miséria pouca é bobagem
A gente beija o altar se não alcança a imagem
Sinto a presença Divina em cada frase que canto
Na parceria com Deus eu canto aqui no meu canto
Proposta
Vou me dar inteiro pra esta mulher
Vou lhe dar a vida se ela quiser
Quero ser prazer na hora de amar
Quero ser o pranto se ela chorar
Vou ser o motivo da sua ilusão
Eu vou ser carinho eu vou ser paixão
Vou ser o consolo da sua tristeza
Quero ser a vida do seu coração
Não quero não devo não posso ficar
Sem ela sei que vou sofrer
Serás a mulher querida
Amante, amiga desse meu viver
Vou pagar o preço que a vida cobrar
Para conservar esse amor verdade
Se a felicidade é apenas momentos
Quero ser momentos de felicidade
Se acaso a sorte vir nos separar
Vão ficar as marcas do amor esculpidas
Morreras por mim aonde estiver
Morrerei por ti o resto da vida
Não quero não devo não posso ficar
Sem ela sei que vou sofrer
Serás a mulher querida
Amante, amiga desse meu viver
Duelo De Paixões
Eu não quero compromisso com ninguém
Estou por conta da irresponsabilidade
Por que a festa está começando agora
E eu só quero me divertir a vontade
Mulher bonita está chegando de bando
Tem violeiro e muita canção sertaneja
Hoje eu danço entorto o bico da bota
Faço bigode com espuma de cerveja
Hoje eu danço entorto o bico da bota
Faço bigode com espuma de cerveja
É bate coxa, é bate peito e bate boca
Que mais parece um duelo de paixão
Vai aumentando e entra pela madrugada
E só termina quando acaba a munição
Pra cada uma que se duela comigo
Do de presente uma cabeça de gado
Se for crioula dou uma vaca matriz
Se for mulata um garrote registrado
Se for morena dou um touro campeão
E se for loira uma novilha cruzada
Se por acaso for as quatro de uma vez
Abro a porteira e dou o resto da boiada
Se por acaso for as quatro de uma vez
Abro a porteira e dou o resto da boiada
Paixão Desenfreada
Pela estrada da saudade me acompanha o abandono
Nas noites de solidão amanheço sem ter sono
Do meu peito magoado o desgosto fez o seu trono
Herança de um grande amor que amei sem ser o dono
Pra roubar os seus carinhos fazia longas jornadas
Cabresteado pela força da paixão desenfreada
Ela era a estrela guia, luz da minha madrugada
Para mim ela foi tudo, eu pra ela não fui nada
Foi mais uma desventura como tantas que acontecem
Ela já se esqueceu de quem nunca lhe esquece
Quando vou pra aquelas bandas, coração chora e padece
Porque aqueles caminhos mil lembranças me entristecem
Ao passar a encruzilhada no meu cavalo montado
Ele quer tomar as rédeas ao caminho acostumado
Não sabe que aquele amor já é coisa do passado
E não sabe que seu dono esta morrendo apaixonado
Faço Do Seu Jeito
Entrego minha vida pra você
Me dou de corpo, alma e coração
Entrego os pontos faço do seu jeito
Quero ser seu objeto de prazer
Desisto não consigo te dominar
É melhor deixar você me conduzir
A vida é tão difÃcil sem te ter
É melhor do seu jeito do que não ter você
Vem me faça motorista seu chofer
Me faça estacionar onde lhe convier
Use e abuse de mim
Vem coloque o controle em suas mãos
Me faça parecer televisão
Que você muda de canal quando quiser
Molhado De Amor
Teu corpo molhado a beira do mar
Deitado na areia bronzeando ao sol
Me lembro os momentos que estava a meu lado
Molhada de beijos em nosso lençol
Na hora do amor quando a gente buscava
O prazer em si dava sem ter dimensão
Eu tinha nos braços a mulher querida
E acreditava que por toda vida
Seria o dono do seu coração
E agora te olhar de longe é tudo que me resta
E te ver brincando na praia deserta
Traz tanta saudade, tristeza e dor
Quem sabe ao deitar na areia você não se engane
Por alguns momentos pense em nossa cama
Colada em meu corpo molhada de amor
A areia que deixa teu corpo bonito
Cobre tua pele querendo ficar
Parece sentir o prazer que eu sentia
Naqueles momentos da gente se amar
A água do mar de mansinho te alcança
Você se levanta e vai se banhar
E as ondas te abraçam com tanto carinho
Como eu te abraçava em nosso cantinho
Onde tantas vezes eu fui o seu mar
E agora te olhar de longe é tudo que me resta
E te ver brincando na praia deserta
Traz tanta saudade tristeza e dor
Quem sabe ao deitar na areia você não se engane
Por alguns momentos pense em nossa cama
Colada em meu corpo molhada de amor
Se Não Aguenta Não Vem
Deixa o pau cair a folha, deixa o boi esticar o laço
É muita mulher bonita, quero fazer um regaço
Já senti cheiro de fêmea não vou deixar pra ninguém
Balançando a garupeira e quem não agüenta não vem
Se não agüenta não vem, se não agüenta não vem
Firma o golpe sanfoneiro segura esse batidão
Quero ver mulher bonita suspirando de paixão
Se aquecendo no calor do meu abraço apertado
De passo curto dançando bem gostoso me ralando
De pescoço cruzado
Deixa o pau cair a folha, deixa o boi esticar o laço
É muita mulher bonita, quero fazer um regaço
Já senti cheiro de fêmea não vou deixar pra ninguém
Balançando a garupeira e quem não agüenta não vem
Se não agüenta não vem, se não agüenta não vem
Mulher é o doce gostoso que adoça o amargo da vida
É por isso que meu mundo é uma estrada colorida
Me sinto no paraÃso no meio da mulherada
Estou firme no arreio tem mulher pra lá do meio
Enfeitando a madrugada
Deixa o pau cair a folha, deixa o boi esticar o laço
É muita mulher bonita, quero fazer um regaço
Já senti cheiro de fêmea não vou deixar pra ninguém
Balançando a garupeira e quem não agüenta não vem
Se não agüenta não vem, se não agüenta não vem
IrresistÃvel Paixão
Quem é você?
Que me seduz com essa luz
E esse jeito de me olhar
Me envolver, me cativar
Que me enche de esperança
E me fazer de criança
Com vontade de brincar
Quem é você?
Que levanta o meu astral
E eu acho especial
E que eu gosto de adorar
Veio assim tão de repente
Me envolvendo docemente
Me fazendo apaixonar
Quando estamos cara a cara
Meu coração dispara
Eu não paro de sonhar
Eu viajo nas alturas
Imagino mil loucuras
Não da mais pra segurar
IrresistÃvel paixão não posso mais me conter
Já não posso agir com a razão estou vidrado em você
IrresistÃvel paixão nessa emoção vou me deixar levar
Eu te desejo e te quero pra mim ah, eu nasci pra te amar
Jeitão De Caboclo
Se eu pudesse voltar aos meus tempos de criança
Reviver a juventude com muita perseverança
Morar de novo no sÃtio na casa de alvenaria
Ver passarinhos cantando quando vem rompendo o dia
Eu voltaria a rever o pé de manjericão
A corruÃra morando lá no oco do mourão
Os bezerros do piquete e nossas vacas leiteiras
E papai tirando leite bem cedinho na mangueira
Eu voltaria a rever o ribeirão Taquari
Com suas águas bem claras onde pesquei lambari
O velho carro de boi, o monjolo e a moenda
As vacas Maria Preta, a Tirolesa e a Prenda
Na varanda tábua grande cheia de queijo curado
E mamãe assando pão no forno de lenha ao lado
Nossa reserva de mata, linda floresta fechada
As trilhas fundas do gado retalhando a invernada
Iria rever o sol com seus raios florescentes
Escondendo atrás da serra roubando o dia da gente
O pé de dama da noite junto ao mastro de São João
Que até hoje perfumam a minha imaginação
O caso é que eu não posso fazer o tempo voltar
Sou um cocão sem chumaço que já não pode cantar
Vou vivendo na cidade perdendo as forças aos poucos
Mas não consigo perder o meu jeitão de caboclo
Pescaria
Quase todo pescador tem sempre a mesma mania
Vive contando mentira seja noite, ou seja dia
Só querem levar vantagem quando fazem pescaria
Mas o final da estória é o balcão da peixaria
Pra pescar com os amigos certa vez fui convidado
Antes não tivesse ido naquele barco furado
Tinha uns quinze cachaceiros, caboclos do pé inchado
Trinta caixas de cerveja, sem contar o destilado
No Mato Grosso do Sul prepararam a jornada
Por eu não ser pescador levei a viola afinada
Só se falava em churrasco, cantoria e trucada
Quando o ônibus saiu já era de madrugada
A viagem foi difÃcil, demorou um dia e meio
Foi lá na beira do rio que o negócio ficou feio
Motorista e cozinheiro, todo ali de caco cheio
Borrachudo e muriçoca, outra coisa que eu odeio
Me senti noutro planeta vendo aquela pantomima
O bando de mangoaceiros não pescava e nem dormia
Juro não acreditava naquilo tudo que eu via
Tinha até peixe alugado pra tirar fotografia
E depois de sete dias vou contar o resultado
Com a cabeça doendo e o fÃgado arruinado
Fomos chegando em São Paulo, todo mundo preocupado
Pra levar peixe pra casa fomos parar no mercado
Rei Da Pecuária
Um boiadeiro de porte franzino
Num hotel granfino sozinho ele entrou
Bateu a poeira do chapéu surrado
Com modo educado ao gerente falou
Por favor, eu quero um quarto ajeitado
E bem sossegado com muito espaço
Amanhã bem cedo agente proseia
A viagem foi feia, estou um bagaço
O gerente disse com jeito selvagem
Só dou hospedagem pra gente descente
Saia vazado e pegue seu trilho
Jamais andarilho será meu cliente
Talvez um albergue noturno o aceite
Ou então se ajeite em alguma cocheira
Porque meu hotel não aceita bagulho
Por ser o orgulho da classe hoteleira
Para o boiadeiro isso não foi derrota
Do cano da bota tirou um papel
Dizendo ao gerente é meu comprovante
Que não sou andante, sou o dono do hotel
Comprei com o prédio do seu ex-patrão
Mas minha paixão é lidar na invernada
E todo o dinheiro desse investimento
É só o pagamento de uma boiada
Na hora o gerente assumiu sua culpa
Eu peço desculpas por tudo que fiz
Disse o boiadeiro está dispensado
É mal educado e não sabe o que diz
Se quiser emprego e agüentar o mato
Eu tenho trabalho de lida diária
No lugar do burro que puxa a moenda
Da grande fazenda do rei da pecuária
Músicas do álbum Ronaldo Viola E Praiano (2004) (GTCD 0013) - (2004)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Desatino | Ronaldo Viola / Zé Bill | Balanço |
O Mesmo Castigo | Ronaldo Adriano / Benedito Seviero | Rasqueado |
Parceria Com Deus | Ronaldo Viola / Praiano | Cateretê |
Proposta | Itamaracá / Cláudio Balestro | Rancheira |
Duelo De Paixões | Ronaldo Viola / Jesus Belmiro | Arrasta-pé |
Paixão Desenfreada | Praense / Eli Silva | Cateretê |
Faça Do Seu Jeito | Leal / Praiano | Balanço |
Molhado De Amor | Joel Marque / Maracaà | Guarânia |
Se Não Agüenta Não Vem | Ronaldo Viola / Jesus Belmiro | Batidão |
IrresistÃvel Paixão | Elias Muniz / Menino Celles | Bolero |
Jeitão De Caboclo | Liu / Valdemar Reis | Querumana |
Pescaria | Ronaldo Viola / Benôn | Cururu Piracicabano |
Rei Da Pecuária | Ronaldo Viola / Jesus Belmiro | Moda de viola |