Jacó E Jacozinho (1968) (CONTINENTAL CLP 9046) - (1968) - Jacó e Jacozinho

Bala Na Boca
Menina linda coisinha louca
Menina linda coisinha louca
Beija gostoso beija com bala na boca
Beija gostoso beija com bala na boca

A coisa melhor do mundo é um beijo delicioso
Um abraço apertado e um namoro perigoso
O amor bem escondido fica muito mais gostoso
Beijo com bala na boca deixa os dois mais amoroso

Menina linda coisinha louca
Menina linda coisinha louca
Beija gostoso beija com bala na boca
Beija gostoso beija com bala na boca

Eu troquei beijo com ela no cinema e no jardim
Namoramos escondidos vou levando a vida assim
Este namoro tão doce eu peço pra não ter fim
No beijo da despedida ela dá bala pra mim

Menina linda coisinha louca
Menina linda coisinha louca
Beija gostoso beija com bala na boca
Beija gostoso beija com bala na boca

Violinha Barulhenta
Há muitos anos atrás esta viola comprei 
Esta viola me deu sorte quando nela encostei 
Tudo que eu tenho na vida com a viola ganhei 
Muitas mocinhas bonitas com a viola eu conquistei 
Eu não quero ser gabola consegui com esta viola tudo aquilo que eu sonhei 

No começo da carreira meu pai minha mãe me disse 
Meu filho tome cuidado ser artista é difícil
Encontrei muitas barreiras cantando fiz que caísse 
Hoje cantando alegro meu pai e mãe na velhice 
A senhora Aparecida iluminou a minha vida fazendo que eu subisse 

Esta viola de pinho sempre bem acompanhado 
No Brasil de ponta a ponta vivemos de braço dado 
Essa viola me deu tudo já não sou mais empregado 
Com ela descobri o tesouro encantado 
Violinha barulhenta minha grande ferramenta que conforto tem me dado 

Sou um canário da terra, a rádio é minha gaiola 
Onde nós canta contente não tem nada que me amola 
Quando entro no catira eu deixo marca da sola 
Meu pai já foi catireiro e eu recebi boa escola 
Nosso Brasil é grande é nele que nós se expande no braço desta viola 

Eu canto desde pequeno junto com meu companheiro 
Tivemos a mesma sorte somos dois irmãos violeiro 
Nossa viola ta tinindo de janeiro a janeiro 
Viajando pra tudo lado e ganhando muito dinheiro 
É Por isso que eu falo quem canta de graça é galo e morre pobre no terreiro

Na Curva Do Caminho
Numa tarde de calor o sol já estava baixinho 
No tronco de uma paineira lá na curva do caminho 
Encontrei com meu amor o meu querido benzinho 
Eu sentia tão feliz como canta os passarinhos 

Bem no tronco da paineira eu escrevi um versinho
Com a faca de ponta fiz entre os espinhos o nome do meu benzinho
Sinto muita saudade dela e também dos seus carinhos 
Oi, que sorte ingrata, seu desprezo me mata vivo sofrendo sozinho 

O nosso amor começou como o vento levezinho 
Sem esperar de repente surge ao longe um roda moinho 
Que varrendo as estradas folhas secas do caminho 
Assim foi o nosso amor me deixando assim sozinho 

Hoje só resta a saudade e o silêncio do meu pinho 
Se eu passo lá na estrada eu leio os versinhos suspiro de saudade sozinho 
Tem nos versos nome dela que eu fiz com as mãos 
Cinco letras do nome cinco espinhos que estão ferindo meu coração

Moça Namoradeira
Eu tenho posto a reparo é no uso de hoje em dia 
Essas moça namorista só carrega fantasia 
Vestido com a manga curta mostrando a pele macia 
Tinta vermelha nos lábios pra ganhar mais garantia 
É assim que as mocinhas pede toda simpatia 
É desajeitado pros enamorado precisa cuidado 
Que é uma tirania se beija encostado fica lambicado 
E o tal fica enjoado pra muitos dias 

As moças namoradeira eu tenho pena das coitada 
Vive sempre na esperança de algum dia ser casada 
Pra pegar um bom marido e ter a vida arregalada 
Veste seu vestido curto que é o prazer da rapaziada 
Sai arrequebrando o corpo que nem cobra mal-matada 
Andam bem vestida por ser protegida é por ser querida 
E por ser amada são divertida luta com a vida 
E as coitada lida e não acaba em nada 

A tarde estão na avenida esperando o seu amado 
Não demora vem o tal com jeitão entusiasmado 
De pomada no cabelo e bigodinho bem pintado 
Com seu lencinho de seda e seu terninho bem passado 
A talzinha de alegria vai dizer pro namorado 
Você é um colosso é um bonito moço o tal fala grosso 
Muito obrigado mas tenho desgosto faço tanto esforço 
Que o maldito bolso anda sempre ariado 

O rapaz por ser sabido veja só como ele fez 
Namorou pra passar tempo, namorou duas ou três 
Deixa só e vá correndo trinta dias por um mês 
Se você fala em casamento você fica sem freguês 
Diz que trouxa era quinze já morreram dezesseis 
Desse jeito então vou fazer opinião tido a decisão 
Pela última vez adeus coração aperto na mão 
O que é de obrigação de um rapaz cortês

Meu Recanto
Aonde eu moro é um lugar de raça
O povo de lá sem forró não passa
Dançar o catira é nossa cachaça
No braço da viola ninguém me laça
Zebuzada berra lá nas quiçaças
E os cachorro late correndo caça
E a cartucheira não embaraça
Ai, ai, e o bicho deita é na fumaça

Aonde eu moro não tem mosquito
Até a noite é muito bonito
A Lua brilho no infinito
Olhando nela urutau dá grito
Ao romper do dia já está escrito
Vem passarinhos lá nos palmitos
Fazer duelo muito esquisito
Ai, ai, canta as maritacas e os periquitos

Aonde eu moro é uma corruptela
Não tem igreja, mas tem capela
É onde eu rezo e queimo vela
O coral é feito pelas donzelas
Quando tem um terço nós não cancela
Festa de reis é coisa mais bela
Suas belezas nós dois revela
Ai, ai, a viola vai eu não vou sem ela

Aonde eu moro sou conhecido
Todos vizinhos são reunido
As mulher respeita bem o marido
O lugar parece que foi benzido
Lá não tem malandro e não tem bandido
Se é vagabundo já sai corrido
Pra divertir somos divertido
Ai, ai, e pra trabalhar somos sacudidos

O Mundo É Das Mulheres
Em todas repartição as mulheres tão empregadas
Os homens tão na cozinha e as mulheres na papelada
Dizem que o mundo virou e os homens não valem nada

Tudo virou nessa vida e continua virando
Nos banco e nos escritórios as mulher que tão mandando
Os marido fica em casa e os bebês ficam pajeando

Minha prima escreveu uma carta pro major
Ela quer arranjar um emprego, um emprego pra ela só
Na sua casa não faz nada quer um emprego mais melhor

Eu conheço uma mulher casada com o Zé Pereira
A vida naquela casa tá mesmo uma atrapalheira
A mulher é escriturária e o marido é lavadeira

Já tem mulher advogada trabalhando na carreira
Conheço mulher doutora que não quer ser cozinheira
O que resta pra nós homens é trabalhar de parteira

Mulher que não tem trabalho coisa ruim agarrar pensar
De manhã já vai na feira sem ter nada pra comprar
De tarde vai no dentista sem ter dente pra tratar

Outro dia vi uma coisa fiquei de cabelo em pé
A mulher do meu amigo comprou um carro do mané
Ele vive dando volta no V8 da mulher

Desate Que Eu Quero Ver
Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Nem redondo e nem quadrado nem de vidro e nem de couro 
Joguei pra cima é prata deu no chão é cor de ouro 

Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Vestido da mãe é verde de vermelho a filha estava 
A mãe é muito mansinha mas a filha é muito brava 

Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Um quatro em cima de quatro, quatro, quatro esperou 
Teve um quatro que não veio quatro foi quatro ficou 

Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Branco foi seu nascimento preto é sua firmeza 
A morte é sua alegria a vida é sua tristeza 

Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Veja que mulher bonita dentro de um triste vestido 
Todo mundo pode ver quem não vê é seu marido 

Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Ele matou muita gente não é preso e não é réu 
Quando tá bravo na terra manda recado pro céu 

Desate que eu quero ver este nó que eu vou lhe dar 
Não desato pra vocês, vocês tem que desatar 

Guerra De Amor
Você diz que não me escreve desaforo não me faz
Eu também não vou escrever não volto a palavra atrás
Meu coração é de aço com paixão não se desfaz
Nosso amor é uma guerra vamos ver quem pode mais

Nosso amor é uma guerra eu não sei quem vai vencer
Entrei na guerra cantando pra ganhar ou pra perder
Não vou mais na sua casa nem que caia o céu na terra
A batalha vai ser dura vamos ver quem ganha a guerra

Você fingiu que me amou e eu fingi que acreditei
Foi você que me enganou fui eu quem me enganei
Você nunca mais esquece os beijos que eu lhe dei
Abraços tão apertados que até marca deixei

Se tem um alguém no meio que atrapalha nosso amor
A guerra vai ser gostosa vai ganhar quem tem valor
Minha viola é trincheira para me dar garantia
Eu vou ganhar esta guerra só na bala de poesia

Pai João
Caminheiros que passar naquela estrada
Vê uma cruz abandonada como quem vai pro sertão
Há muitos anos neste chão foi sepultado
Um preto velho e erado por nome de Pai João
 
Pai João na fazenda dos coqueiros
Foi destemido carreiro querido do seu patrão
Sua boiada o Chibante e o Brioso
Nos morros mais perigosos arrastava o carretão
 
Numa tarde ai João não esperava
Que a morte lhe rondava lá na curva do areião
E numa queda embaixo do carro caiu
Do mundo se despediu preto velho Pai João
 
Caminheiro aquela cruz do caminho
Já contei tudo certinho a história de Pai João
Resta saudade daqueles tempos que foi
Do velho carro de boi no fundo do mangueirão

Mundo Vazio
Tristonho vivo a procura quero de novo encontrar
Alguém que se despediu partiu pra não mais voltar
Não tenho notícia dela meu mundo é vazio sem ela ao meu lado
Nesse meu drama cruel represento o papel de um fracassado
Nesse meu drama cruel represento o papel de um fracassado
Ai, ai, ai, ai, ai vivo abandonado
 
A gente quando é feliz deve amar e ter compreensão
Eu confesso que errei desprezei sem ter razão
Mandei meu amor embora hoje meus olhos choram esperança perdida
Dois corações que se ama padecem e reclamam no drama da vida
Dois corações que se ama padecem e reclamam no drama da vida
Ai, ai, ai, ai, ai querida
 
Se eu tivesse a certeza que ela voltasse pra mim
Minha vida transformava que felicidade sem fim
Se com outro ela estiver esta ingrata mulher vai me matar de dor
Meu coração não resiste o fim do drama é triste morrer por amor
Meu coração não resiste o fim do drama é triste morrer por amor
Ai, ai, ai, ai, ai vivo é cruel minha dor

Em Tudo Falta O Amor
Todo mundo me pergunta, ai, ai, porque é que eu choro tanto, ai, ai
Deito na cama chorando e choro quando levanto
Deito na cama chorando e choro quando levanto

Neste mundo não tem lenço, ai, ai, para enxugar meu pranto, ai, ai
Todo mundo me pergunta porque é que eu choro tanto
Todo mundo me pergunta porque é que eu choro tanto

O meu lar é um castelo de beleza e de esplendor
Tem de tudo que é riqueza desde joias de valor
Apesar de tudo isso é tão grande a minha dor
Sou pobre não tenho nada pois em tudo falta amor
Todo mundo me pergunta porque é que eu choro tanto
Todo mundo me pergunta porque é que eu choro tanto

Triste Canção
Novamente aqui estou bem em frente a sua janela
Pra cantar os meus versos de amor nesta noite tão clara e bela
Mas espero que meinha voz e o som deste meu violão
Lhe desperte se estejas dormindo para ouvir minha triste canção

Canção que fala do meu sofrimento da jura de amor que á mim tu fizeste
Canção que fala do esperado beijo que me prometeste e nunca me destes

Tenho ciúmes do leito em que dorme da coberta que está te abrigando
Tenho ciúmes até em pensar que estejas com outro sonhando
Por favor meu amor te suplico não maltrate o meu coração
Não demores abrir a janela não despreze a minha canção

Canção que fala do meu sofrimento da jura de amor que á mim tu fizeste
Canção que fala do esperado beijo que me prometeste e nunca me destes

Músicas do álbum Jacó E Jacozinho (1968) (CONTINENTAL CLP 9046) - (1968)

Nome Compositor Ritmo
Bala Na Boca Raul Torres / Lourival Dos Santos Corrido
Violinha Barulhenta Lourival Dos Santos / Jacozinho Pagode
Na Curva Do Caminho Carreirinho / Tião Carreiro Rancheira
Moça Namoradeira Sulino / Teddy Vieira Moda De Viola
Meu Recanto Moacyr Dos Santos / Joaquim Moreira Pagode
O Mundo É Das Mulheres Raul Torres Cateretê
Desate Que Eu Quero Ver Moacyr Dos Santos / Tony Gomide Cateretê
Guerra De Amor Lourival Dos Santos / Augusto Toscano Cateretê
Pai João Zé Carreiro / Tião Carreiro Toada Balanço
Mundo Vazio Tião Carreiro / Pardinho Querumana
Em Tudo Falta O Amor Lourival Dos Santos / Jorge Paulo Toada
Triste Canção Luiz De Castro / Jacó Rancheira
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