Espinheira (CHANTECLER 211405645) - (1984) - Duduca e Dalvan
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Espinheira
Eita espinheira danada que o pobre atravessa pra sobreviver
Vive com a carga nas costas e as dores que sente não pode dizer
Sonha com as belas promessas da gente importante que tem ao redor
Quando entrar o fulano, sair o cicrano, será bem melhor
Mas entra ano e sai ano e o tal de fulano ainda é pior
Esse é meu cotidiano, mas eu não me dano, pois Deus é maior
O mundo não acaba aqui
O mundo ainda está de pé
Enquanto Deus me der a vida
Levarei comigo esperança e fé
Mas o mundo não acaba aqui
O mundo ainda está de pé
Enquanto Deus me der a vida
Levarei comigo esperança e fé
Eita que gente danada que esquece de vez a palavra cristã
Ah eu queria só ver é se Deus se zangasse e voltasse amanhã
Seria um Deus nos acuda, um monte de Judas querendo perdãoÂ
Com tanta gente graúda implorando ajuda com a bÃblia na mão
Mas a esperança é miúda e a coisa não muda, não tem solução
Nem tudo que a gente estuda, se agarra e se gruda, rebenta no chão
O mundo não acaba aqui
O mundo ainda está de pé
Enquanto Deus me der a vida
Levarei comigo esperança e fé
Mas o mundo não acaba aqui
O mundo ainda está de pé
Enquanto Deus me der a vida
Levarei comigo esperança e fé
Amigo
Amigo, amigo
Eu bebi demais
Por favor me ajude, eu me sinto perdido
Magoado, sozinho
Eu saà bebendo
Em todos os bares que achei no caminho
O homem que é homem de bem
Não faz a bobagem que fizÂ
Preciso aprender a fingir
Que estou feliz
Eu só quero é desabafar
De um erro que eu pratiquei
Pois sai procurando a paz
Na bebida e não encontrei
Quando o homem se entrega assim
O motivo já sabes qual é
Pois noventa por cento dos casos
É por culpa de uma mulher
Amigo, amigo
Eu bebi demais
Por favor me ajude, eu me sinto perdido
Magoado, sozinho
Eu saà bebendo
Em todos os bares que achei no caminho
O homem que é homem de bem
Não faz a bobagem que fizÂ
Preciso aprender a fingir
Que estou feliz
Você sabe o que é ter um amor
E sentir que o mundo é só seu
De repente saber que este amor
Foi embora sem dizer adeus
O que faço da vida eu não sei
Desde a hora que ela partiu
Pois dá medo voltar para casa
Encontrar tudo aquilo vazio
Amigo, amigo, amigo
Braços Abertos
Recebendo as riquezas da terra
E esquecendo as graças do céu
Orgulhoso eu comemorava
A conquista de mais um troféu
Eram muitos os meus convidados
Dedicando-me as honras de um rei
Eu chegava ao fim das barreiras
E ao auge da minha carreira
A fortuna que tanto sonhei
Minha sala de troféu de ouro
Estava repleta e chegava mais um
Eram tantas e tantas vitórias
Que já se tornavam um fato comum
E alguém entregou-me um embrulho
Um simples presente de infinita luz
Uma velha imagem de cristo
De braços abertos, pregado na cruz
Era um dos diversos criados
Que zelavam da minha mansão
Um velhinho de fala tão franca
Que vivia fazendo oração
Ofertando-me aquele presente
Calmamente então me falou
Eu lhe vejo de braços cruzados
Para o prêmio que é mais sagrado
A palavra que cristo ensinou
E abrindo o seu livro dizia
Ainda lhe falta o maior dos troféus
Um camelo no furo de agulha
É mais fácil de entrar do que um rico no céu
Completai sua grande riqueza
Buscando a conquista do caminho certo
Quem lhe deu esta vida de glória
Humilde lhe espera de braços abertos
No Exterior
Amanhã estarei de partida
Pra bem longe daqui
Vou em busca da felicidade
Que nesta cidade eu não consegui
A mulher que eu amava me deixou
Me disse um não sorrindo da minha dor
E agora só me resta a partida
Tentar a vida no exterior
Em qualquer lugar, em qualquer paÃs
Menos aqui
Tentarei a sorte entre a vida e a morte
Para ser feliz
No exterior com outro amor
Não falaremos não
Pra não ouvir o que eu ouvi
Pra não sentir o que eu senti
Esta dor da solidão
Moreninha, Moreninha
Moreninha, moreninha
Você é minha razão
Sem você não tenho paz
No meu pobre coração
Você é minha princesa
Do meu reino encantado
Você vive em minha mente
Por eu ser apaixonado
Choro tanto
Sou gamado
Choro tanto
Por eu ser apaixonado
Moreninha, moreninha
Você é minha querida
Se você voltar atrás
Seu regresso é minha vida
Sem você eu sou metade
Sou um homem de ninguém
Tendo você ao meu lado
Eu serei feliz também
Choro tanto
Sou gamado
Choro tanto
Por eu ser apaixonado
Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores, vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razões
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Aprendendo, ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Na Intimidade
Passei toda noite pensado
Em ter você comigo e poder lhe amar
Abraçar o seu corpo tão lindo
E beijar sua boca, meu amor lhe entregar
Penetrar na sua intimidade
E matar a vontade de uma noite de amor
Me entregar e também receber
Seus carinhos ousados até o amanhecer
Me entregar e também receber
Seus carinhos ousados até o amanhecer
Quem me dera
Se meus sonhos fossem realizados
E eu tivesse você ao meu lado
Entregando seu corpo pra mim
Quem me dera
Se meus sonhos fossem realidade
E eu pudesse lhe amar de verdade
Nunca mais sofreria assim
Foi Você
Foi você
Que atirou a solidão em mim
Ah, mas foi você
Quem me deixou sofrendo tanto assim
Será que nesse mundo eu não vou ter felicidade
E vou viver só de amargura e saudade
E vou gritando em cada canto da cidade
Que quem te ama sou eu
Será que nesse mundo eu não vou ter felicidade
E vou viver só de amargura e saudade
E vou gritando que quem ama sou eu
Se eu pudesse eu beijaria seus pés
Ia subindo até chegar em sua boca
Se eu pudesse eu a teria todas as noites
Sentiria seu corpo, o seu calor
Quase louca
Um Milagre De Amor
É nesta cançãoÂ
que eu quero dizer-te
Oh minha querida
O quanto eu te amo
Não tenho palavrasÂ
Para conquistar seu coração
Seria um troféu para minha estante
De um campeão já realizado
Mas meu argumento, ele é tão pequeno
Para lhe dizer que estou apaixonado
Do quarto sozinho eu fico chorando
E sempre rezando, querendo você
Esperando um milagre
E que Deus a conquiste
Para o meu viver
Através do rádio
E nesta canção, tu sabes, sou eu
E ofereço essa música
Eu sei que o milagre já aconteceu
A Pequitita
Meu caminhão boiadeiro
Minha casinha bem feita
Meu violão seresteiro
Esposa boa e direita
A criançada patola
A caçulinha boneca
Uma grandinha na escola
Mais um baixinho sapeca
Sentado na cabine do possante
Eu me preparo para mais uma jornada
Esquento a máquina, me ajeito no volante
Vejo a turminha na janela debruçada
Já com saudade da caçula piquitita
Anjinho lindo acenando para mim
Ajeito o espelho, vou saindo de mansinho
Dou uma buzinada e pra turminha eu canto assim
Tchau tchau piquitita, tchau tchau
Cuida bem da mamãe pra mim
Tchau tchau piquitita, tchau tchau
Vou cuidar papaizinho, sim, sim
Meu caminhão boiadeiro
De gado bom carregado
Rei do sertão brasileiro
Corta montanha e cerrado
Igual ao seu motorista
Parece ter coração
Sofre e tem glórias na pista
Amigo na solidão
E rodando bem tranqüilo pela estrada
Vejo crianças na janela em saudação
Fico feliz e correspondo à garotada
Sinto bater descompassado o coração
E representa que estou vendo a piquitita
Que bem distante, esperando está por mim
Aperto o passo e dou uma acelerada
Dou uma buzinada e pra turminha eu canto assim
Tchau tchau piquitita, tchau tchau
Cuida bem da mamãe pra mim
Tchau tchau piquitita, tchau tchau
Vou cuidar papaizinho, sim, sim
A Toalha
Você é a toalha que enxuga meu corpo na hora do banho
Nas manhãs de inverno e noites de frio, é o meu cobertor
Você é a causa de tudo que sou e até o que faço
É o meu remédio, é o meu caminho, meu mundo de amor
Você é o resumo de tudo mais belo que sonhei pra mim
Você é a chuva divina que acalma meu sol de verão
Você é meu tudo, sem você querida me falta conforto
Você faz parte do meu próprio corpo
Somos duas vidas num só coração
Meu bem
Você é outra metade de mim
É a minha vida, é o meu tudo enfim
Você é a própria razão do meu ser
Você
É a melodia na voz do cantor
É versos rimados em frases de amor
E além de tudo, meu mundo é você
Utopia
Das muitas coisas
Do meu tempo de criança
Guardo vivo na lembrança
O aconchego de meu lar
No fim da tarde
Quando tudo se aquietava
A famÃlia se ajuntava
No alpendre a conversar
Meus pais não tinham
Nem escola e nem dinheiro
Todo dia, o ano inteiro
Trabalhavam sem parar
Faltava tudo
Mas a gente nem ligava
O importante não faltava
Seu sorriso, seu olhar
Vi tantas vezes
O meu pai chegar cansado
Mas aquilo era sagrado
Um por um ele afagava
E perguntava
Quem fizera estripulia
E mamãe nos defendia
Tudo aos poucos se ajeitava
O sol se punha
E a viola alguém trazia
Todo mundo então pedia
Ver papai cantar com a gente
Desafinado
Meio rouco e voz cansada
Ele cantava mil toadas
Seu olhar no sol poente
Correu O tempo
Hoje vejo a maravilha
De se ter uma famÃlia
Quando muitos não a têm
Hoje se fala
No desquite, do divórcio
O amor virou consórcio
Compromisso de ninguém
Há tantos filhos
Que bem mais do que um palácio
Gostariam de um abraço
E do carinho entre seus pais
Se os pais se amassem
O divórcio na viria
Chamam isso de utopia
Eu a isso, chamo paz Â
Â
Músicas do álbum Espinheira (CHANTECLER 211405645) - (1984)
| Nome | Compositor | Ritmo |
|---|---|---|
| Espinheira | Manoelito Nunes / Davan | Ritmo Jovem |
| Amigo | Manoelito Nunes / Davan | Bolero |
| Braços Abertos | Manoelito Nunes / Nina Santos / Dauduca | Balada |
| No Exterior | Dalvan | Rancheira |
| Moreninha Moreninha | Dalvan | Polca |
| Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores | Gerando Vadré | Guarânia |
| Na Intimidade | Dalvan / Luis Mendes | Rancheira |
| Foi Você | Dalvan | Balanço |
| Um Milagre De Amor | Dalvan | Guarânia |
| A Pequitita | Chrisostomo / Dalvan | Toada |
| A Toalha | Maracaà / Correa Gomes / Duduca | Guarânia |
| Utopia | Pe Zezinho | Toada |