Divino E Donizete (Volume 5) (COELP 41191) - (1979) - Divino e Donizete

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Leite De Onça
Eu resolvi enfrentar o inimigo que me ataca
Vou fazer minha justiça sem revolver e sem faca
Tirei o leite da onça vou tirar o leite da vaca
Cobri o sol com peneira, bebi pinga a noite inteira e não fiquei de ressaca

Não sofro de dor de dente não carrego desaforo
No dia em que eu morrer quero festa em vez de choro
Tem gente que da a vida por uma joia de ouro
Isto é uma coisa rara quem tem vergonha na cara já tem um grande tesouro.

Comi arroz com feijão sem um pingo de gordura
Uma cobra cascavel foi minha melhor mistura
O almoço que eu fiz estava uma gostosura
Sobremesa eu fiz de mel, com a presa da cascavel palitei a dentadura

Fui escravo há muito tempo agora virei senhor
O chicote que apanhei batendo com ele estou
Bebi o caldo da cana joguei o bagaço fora
Encontrei o que perdi, apanhando eu aprendi bater como eu bato agora

Borracheiro Ambulante
Me lembro como fosse hoje já faz tanto tempo mas não esqueci
Alguém que numa viagem para o meu prazer então conheci
Ela estava na beira da estrada com seu automóvel estacionado
Notei que estava sozinha e seu carro tinha um pneu furado

Ela em seguida me acenou a mão pra que eu parasse pra lhe ajudar
Depressa fiz o seu pedido parei o meu carro naquele lugar
Nós dois sozinhos sem ninguém por perto naquele instante fiquei dominado
Ao ver beleza tamanha por aquela flor fiquei apaixonado

Eu não medi todo meu esforço troquei o pneu com muita alegria
Também eu lhe perguntei qual era o destino que ela seguia 
Ela somente foi perguntando se o meu trabalho custava bem pouco
Eu disse o preço é um beijo garanto que ainda terás um bom troco

Naquela hora vi ela sorrindo então declarei a minha paixão
Ela me disse infelizmente não posso te dar o meu coração
Já sou casada também sou fiel e foi se afastando naquele instante
Dando partida em seu automóvel me disse adeus borracheiro ambulante

O Sonho Do Viajante
Numa velha barbearia um viajante chegou
Enquanto fazia a barba pelo espelho ele notou
Uma loira encantadora que pela rua passou
E para o velho barbeiro sorrindo a mão acenou

Essa hora o viajante para o barbeiro sorriu 
Foi dizendo aquela loira nos meus braços já dormiu
Ainda sinto o calor do seu corpinho macio
Mas o final da história o barbeiro impediu

No pescoço do freguês a navalha foi encostando
Dizendo a loira não é quem você está pensando
Esta moça é minha filha e sei quem estou criando
Agora vai me provar o que está me falando

Quando o viajante viu seu pescoço em perigo
Tremendo e suando frio calma meu amigo
Nunca conversei com ela é verdade o que digo
Foi num sonho que eu vi a sua filha comigo

O babeiro acreditou no que dizia o rapaz
Como sonhar não é crime deixou ele ir em paz
Mas se o medo ferisse tinha ficado os sinais
Isto serve de exemplo para quem fala demais

Galinha Gorda
Do jeito que a vida anda do jeito que a vida vai
Qualquer dia a terra treme e a casa balança e cai
Quem tiver filha solteira três coisas pode esperar
A primeira é que ela case e forme um bonito lar
A segunda é que ela fique toda a vida sem casar
A terceira é ter a filha e neto pra sustentar

Do jeito que a vida anda do jeito que a vida vai
Qualquer dia a terra treme e a casa balança e cai
Corre perigo de vida quem tem amor em segredo
Mas quem vive apaixonado nem da morte não tem medo
Todo o amor proibido o seu final chega cedo
Pra não cair na armadilha na isca não ponho o dedo

Do jeito que a vida anda do jeito que a vida vai
Qualquer dia a terra treme e a casa balança e cai
Quem tiver mulher bonita durma com um olho aberto
Nunca deixe ela sozinha nem que more num deserto
Não se deve esquecer o ditado muito certo
Onde tem galinha gorda raposa anda por perto 

Chegou O Piracicabano
Estou aqui novamente com a viola no braço
Viajei por todo lado cantando sem embaraço
Quero manda meu abraço para o povo paulistano
Olha eu aqui de novo chegou o piracicabano

No estado de Mato Grosso eu estive em Cuiabá
Também fui a Campo Grande e gostei do povo de lá
Cantei pros mato-grossenses vou voltar lá este ano
Quero ver o povo dizer chegou o piracicabano

No embalo da saudade vi belezas naturais
A linda Belo Horizonte enfeita Minas Gerais
E o Chico Xavier deu força para meus planos
Sorrindo foi me dizendo chegou o piracicabano

Fui a Santa Catarina abracei muitas pessoas
No lugar que eu fui passando eu só cantei moda boa
Fui até Florianópolis na beira do oceano
Um abraço ao Brasil desse piracicabano

Três Manias
Maus ouvintes não reparem esta minha grosseria
Não tenho palavras lindas pra fazer uma cortesia
No bairro que fui criado escola não existia
O povo era abastado tinha alguma economia 
Lá só tinha violeiro e outra coisa não havia
Ai muitas léguas ali por volta a indústria era moda cantando a gente vivia

Pra cantar e fazer moda eu tenho sabedoria
Eu não costumo bater papo mas neste ponto eu podia
Faço moda em quantidade com muita diplomacia
Se acaso for preciso faço uma moda por dia
Não faço porque não quero se fosse preciso eu fazia
Ai pra fazer modas dobradas numa linha bem rimada eu não preciso parceria

Grande parte dos violeiros fazem mesmo a maioria
Desconhecem o seu valor e a sua categoria
Por isso pega na viola e sai arrastando valentia
Cantando moda rimada no estilo da monarquia
No tempo que se rimava melado com melancia
Ai pra mim esses cantador não passa de um caçador que atira sem pontaria

Pra isso já separei todas de minha autoria
Quarenta moda bem feita pro jogo da cantoria
Fiz um baralho de moda da maior das garantias
Meu parceiro é sete copa minha viola é espadia
Eu sempre fui quatro paus e comigo ninguém redia
Ai no truco e pra violeirada eu topo qualquer para por que tenho as três manias

Sapato Largo
Calcei o sapato largo pra não apertar o calo
Pus arado no trator dei descanso pra cavalo
Namoro mulher bonita vivo cheio de vaidade
Meu carro é oito cilindros vai gasolina a vontade

Vivo confiando em Deus seja de noite ou de dia
Admiro o natural não gosto de fantasia
Viva o homem da roça que bem cedinho levanta
Viva este chão sagrado que dá tudo que se planta

No lugar que eu nasci lá tem queijo com fartura
Um bom almoço pra mim não precisa de mistura
Não sou um homem perfeito tudo isso eu reconheço
Tudo que teve um bom fim porque teve um bom começo

Eu só quero liberdade sapato largo no pé
Viva a lavoura de trigo de arroz e de café
Quero por os passarinhos todos fora da gaiola
Viva todos os violeiros viva os fãs da viola

Homem Não Chora
Não chores rapaz, faça como eu fiz
Eu também na vida fui muito feliz
Mas perdi aquela que eu tanto quis
Culpado fui eu de ser um infeliz
Hoje estou pagando, é como se diz
O que eu fiz com as mãos com os pés desfiz

Quando a madrugada se aproximava
De minhas boemias ela me esperava
Quando já cansada então se deitava
Lendo as revistas e o sono não chegava
Já de manhãzinha pro meu lar voltava
Toda vez em pranto eu a encontrava

Quando cinco anos assim completou
Minhas boemias já não suportou
Uma carta escrita para mim deixou
Com frases que no meu peito gravou
Se nesse meu lar sobrando eu estou
Não queira saber para onde vou

Hoje reconheço depois que a perdi
O que ela sofreu eu também sofri
Quantas noite em claro eu amanheci
Vendo seu retrato sempre a sorrir
Hoje bebo, bebo pra poder dormir
Porém o meu pranto ninguém vê cair

Pertinho De Cascavel
O dinheiro está correndo como corre um ribeirão
Em cada palmo de terra do cruzeiro eu fiz milhão
Corre cheque especial no campo eu tenho avião
Pra quem tem boi na invernada e muita roça plantada tem soja tem algodão

Quero ver play boy grã-fino na dureza do sertão
Fazendo o que eu já fiz montando em potro pagão
Já estive tombando terra fazendo calo na mão
Não tenho nada enrolado primeiro eu fui empregado pra depois virar patrão

A viagem foi difícil caminhando sem parar
Cruzando rios perigosos ouvindo a onça escurrar
Temos Deus na companhia muita força pra lutar
Fé em Cristo é uma virtude e chegamos com saúde no sertão do paraná

Hoje não é mais sertão o amargo virou mel
Eu cheguei a conclusão que nada não cai do céu
Hoje sou independente só pra Deus tiro o chapéu
Meu endereço eu vou dar eu moro no Paraná pertinho de Cascavel

Eu Não Sou O Diabo
Eu não sou nenhum diabo para ter chifre na cabeça
Eu vou cortar esse mal bem antes que ele cresça
Eu vou cortar esse mal bem antes que ele cresça
Eu que pensei que você fosse sincera lhe carinho e o conforto de um lar
Te arranquei de dentro de um inferno e só a mim que você jurou amar
Infelizmente agora estou sabendo que você quebrou o juramento
Além de ser uma falsa aventureira manchou meu nome estragou meu casamento

Eu não sou nenhum diabo para ter chifre na cabeça
Eu vou cortar esse mal bem antes que ele cresça
Eu vou cortar esse mal bem antes que ele cresça
Eu sou um homem que não pode perdoar a vida é sua você faça o que quiser
Pode arrumar a sua mala e ir embora no seu lugar eu vou por outra mulher
Essa mulher que eu vou pôr no seu lugar fizer também o que você fez agora
Esteja certa que eu vou arrumar outra porque aquela também vou mandar embora

Rainha De Minas Gerais
Minas Gerais vou morar na terra sua 
Ao lado de uma mulher dos cabelos cor da lua

A mulher que me adora é minha maior riqueza
O chão de minas Gerais é rainha da beleza
Bonita e cheia de encanto igual a flor do caju
É rainha da beleza e rainha do zebu

Minas Gerais vou morar na terra sua 
Ao lado de uma mulher dos cabelos cor da lua

Quem tiver mulher bonita e zebu na invernada
É boi em forma de ouro e ouro é minha boiada
A mais bonita mineira que me ama todo instante 
Está coberta de beijos e de pedras de brilhantes

O Destino Escolheu Assim
Fracassei mais uma vez no amor
Estou completamente desiludido
Esperei com ansiedade sua decisão
Jamais pensei que o seu amor fosse fingido
Nunca mais eu vou dizer que eu lhe amo 
Quando falava que me amava estava mentindo
Meu bem acreditei demais no seu amor
Está doendo a grande dor que estou sentindo
 
Desejo que você seja feliz 
Desejo que você encontre o seu preferido
Pois é a ele que você sente paixão
Teu coração para mim está escondido
Eu vou seguindo para frente o meu caminho
Andar sozinho o destino escolheu assim
Vou esperar calmamente a minha hora
A gente chora um amor que chegou ao fim

Músicas do álbum Divino E Donizete (Volume 5) (COELP 41191) - (1979)

Nome Compositor Ritmo
Leite De Onça Divino / Donizete / Bento Julio Guldini Pagode
Borracheiro Ambulante Donizete Rasqueado
O Sonho Do Viajante Donizete / Jesus Belmiro Cururu
Galinha Gorda Donizete / Jesus Belmiro Pagode
Chegou O Piracicabano Donizete / Marina Santos Pagode
Três Manias Donizete / Joaquim Moreira Moda De Viola
Sapato Largo Donizete / Edson Leonardi Pagode
Homem Não Chora Carreirinho Guarânia
Pertinho De Cascavel Donizete / Paulo Roberto Alello Rojão
Eu Não Sou O Diabo Donizete / Bakekê Corrido
Rainha De Minas Gerais Divino / Donizete Toada Balanço
O Destino Escolheu Assim Bambico / Campanha Rasqueado
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