Os Meninos Do Brasil (POLIGRAM 842210) - (1989) - Chitãozinho e Xororó

Somos Assim 
Não me vejo sem você na minha vida
Não consigo dominar essa paixão
Esse amor de tão bonito, fez de nós
Dois amantes presos num só coração

O seu corpo tem segredos tão guardados
São mistérios que só eu sei descobrir
No meu corpo só você sabe onde estão
Os desejos que eu gosto de sentir

Nós somos assim
Como a flor e a raiz
Quando a gente está se amando
Não há nada proibido
A não ser deixar de ser muito feliz

Sem preconceito este amor inventa
Novas formas de prazer, muito prazer
Não existe pecado entre nós anjo meu

Nossos corpos se procuram
Se descobrem se misturam
Neste instante eu sou você
Você sou eu

O Rio 
O rio vai descendo a serra vai molhando a terra seca do sertão
Vai formando uma corrente feito uma serpente solta pelo chão
E a água do seu leito é leite do peito da mãe plantação
Que vai eliminar a fome e matar a sede de toda a nação

O rio vai criando filhos vai regando o milho, arroz e feijão
Vai seguindo seu caminho segue seu destino, a sua direção
Depois que vem a colheita o rio sempre aceita dos canaviais
O bagaço do alimento e a sobra de tudo que ninguém quer mais

Rio que não tem carinho qualquer dia desses vão te dar valor
Nasce limpo e morre sujo envenenam tudo, até o próprio amor
Será que eles não percebem que a natureza pede pra viver
Enquanto vai morrendo o rio nada em sua volta poderá nascer

Nascemos Pra Cantar
O grande mestre do céu nosso criador 
Quando nascemos um dom nos dá 
E cada um segue a vida o seu destino 
E nós nascemos só pra cantar

Eie, iii, eee Ieieieieieee
Eie, iii, eee Ieieieieieee

Quem canta os males espanta a gente é feliz 
Tal qual um pássaro livre no ar 
Pensando bem nos temos algo em comum 
Porque nascemos só pra cantar

Eie, iii, eee Ieieieieieee
Eie, iii, eee Ieieieieieee

Disse o poeta o artista vai onde o povo está 
Por isso cantamos a qualquer hora em qualquer lugar

Quem canta os males espanta a gente é feliz
Tal qual um pássaro livre no ar 
Pensando bem nós temos algo em comum 
Porque nascemos só pra cantar

Eie, iii, eee Ieieieieieee
Eie, iii, eee Ieieieieieee

Brigas 
Veja só Que tolice nós dois 
Brigarmos tanto assim 
Se depois Vamos nós a sorrir 
Ficar de bem no fim 

Para que maltratar o amor 
O amor não se maltrata não 
Para quê Se esta gente o que quer 
É ver nossa separação 

Brigo eu, você briga também 
Por coisas tão banais 
E o amor em momentos assim 
Morre um pouquinho mais 

E ao morrer então é que se vê 
Que quem morreu fui eu e foi você 
Pois sem amor estamos sós 
Morrendo nós

São Coisas da Vida 
Deixe eu te dizer
Não foi por mim que acabou 
O nosso caso de amor
São essas coisas da vida
Deixe acontecer
Não é preciso explicar, 
Agora eu deixo o lugar
Outro ganhou a partida

Ontem eu sonhei
Agora vou despertar, 
O amor me fez acordar
Tudo que é bom se termina
Tenho que entender
O que era doce acabou, 
O que era inteiro quebrou
Deixando em mim as ruínas

Eu vou sair pela mesma porta que me recebeu
Na certeza que você sabe que eu
Nunca mais vou conseguir andar sozinho
Eu digo adeus e esse adeus dói muito em mim, não em você
Esse adeus vai dia a dia me abater
Vou sair de uma vez do teu caminho

Se ele a conhecer
Da forma que eu a conheci 
Verá com quem aprendi
Ser tanto assim apegado
Não sei caminhar
Sem ter você junto a mim
Parece que eu estou assim
Com os dois pés amarrados

Eu vou sair pela mesma porta que me recebeu
Na certeza que você sabe que eu
Nunca mais vou conseguir andar sozinho
Eu digo adeus e esse adeus dói muito em mim, não em você
Esse adeus vai dia a dia me abater
Vou sair de uma vez do teu caminho

Amor Incomum 
Seu jeito de olhar, de me acariciar
De me envolver, de me provocar
Pra me convencer, a não ir mais embora
De me aconchegar, com carinho nos braços
E de segurar com jeitinho meus passos
Nem sei o caminho, da porta prá fora

Um toque na pele, um beijo na boca
Você me incendeia, eu te deixo mais louca
E a gente se entrega na mesma paixão
Seu corpo e meu corpo parecem um só um
E a gente se ama de um jeito incomum
Ouvindo as batidas de um só coração

Eu descobri minha vida e você
Você descobriu o segredo de amar
Nós, nós ganhamos o amor verdadeiro
Que nem o dinheiro consegue comprar

Os Meninos do Brasil 
Tá vendo aquele menino que pede um trocado 
O outro que limpa o vidro do seu lindo carro 
Aquele que chora de fome e mora na rua 
O filho da mulher que vive no mundo da lua 

Tá vendo aquele menino que não tem carinho
Achou um amigo bandido prá não ser sozinho 
Tá vendo aquele que chora com medo da solidão 
Dormindo nos cantos da vida nos braços do chão 

Filhos do mundo são eles em busca de paz 
Perdidos em tantas esquinas que são quintais 
Esses meninos são anjos ou marginais 
Aonde estão seus brinquedos? Cadê seus pais? 

Tá vendo aquele menino com necessidades 
Esconde no fundo do peito suas vontades 
Aquele que tem pele escura e que ninguém quis 
Perdeu o direito de um dia também ser feliz 

Tá vendo aquele menino que fere e mata 
Tem ódio de quem só ofende machuca e maltrata 
Tá vendo aquele menino que ainda ninguém deu valor
Será que um dia, terá um pouquinho de amor?

Filhos do mundo são eles em busca de paz 
Perdidos em tantas esquinas que são quintais 
Esses meninos são anjos ou marginais 
Aonde estão seus brinquedos? Cadê seus pais?

Terra Amante
Prepara teu corpo igual lavrador prepare o chão 
Percorro a paisagem em cada cantinho te arando com as mãos 
Deslizo tua serra, igual lavrador Alisa a terra 
Te rego contente plantando a semente no teu coração 

Te abafo os gemidos com beijos comprimidos ouvindo a voz rouca 
Te beijo e te chamo, dizendo te amo de boca na boca 
Igual lavrador depois que semeia e vai descansar 
Meu chão semeado me deito ao teu lado que é o meu lugar 

No campo regado explode na terra nascendo pra vida o fruto da flor 
No corpo da amada a minha semente explode de amor

Página Virada
Vem que esse orgulho não vai dar em nada
O que passou é página virada
Melhor pensar que nada aconteceu

Não, para que eu vou viver na solidão
Não posso enganar meu coração
Eu penso em você o tempo inteiro

Vem quem ama não consegue estar sozinho
Eu vivo te buscando em meu caminho
Porque já desisti de te esquecer

Não, não vou ficar vivendo do passado
Saber quem estava certo ou errado
Só quero ver você voltar pra mim

Quem mais precisa desse amor sou eu
Porque de nós quem mais sofreu fui eu
Por isso mesmo é que eu te digo
Não tem sentido eu sem você

Quem sabe o que é melhor pra mim sou eu
Quem sente falta de você sou eu
Eu te quero ao meu lado
É o que pede meu coração

Vem que de você só lembro com carinho
Pra que buscar na rosa o espinho
Se há coisas tão bonitas pra lembrar

Não, viver mentindo não é solução
Inútil procurar outra emoção
Você é uma paixão mal resolvida

Vem prefiro confessar sem vaidade
No fundo estou morrendo de saudade
Você não pode nem imaginar

Não, não deixe quem te ama esperando
Ficaram tantas coisas nos ligando
Só quero ver você voltar pra mim

Quem mais precisa desse amor sou eu
Porque de nós quem mais sofreu fui eu
Por isso mesmo é que eu te digo
Não tem sentido eu sem você

Quem sabe o que é melhor pra mim sou eu
Quem sente falta de você sou eu
Eu te quero ao meu lado
É o que pede meu coração

No Rancho Fundo
No rancho fundo bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade
No rancho fundo de olhar triste e profundo
Um moreno canta as mágoas tendo os olhos rasos d'água

Pobre moreno que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro tendo um cigarro por companheiro
Sem um aceno ele pega na viola
E a lua por esmola vem pro quintal desse moreno

No rancho fundo bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria nem de noite, nem de dia
Os arvoredos já não contam mais segredos
E a última palmeira já morreu na cordilheira

Os passarinhos hibernaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza enche de trevas a natureza
Tudo por que só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno pra uma casa de sapê

Se Deus soubesse da tristeza lá da serra
Mandaria lá prá cima todo o amor que há na terra
Porque o moreno vive louco de saudade
Só por causa do veneno das mulheres da cidade

Ele que era o cantor da primavera
E que fez do rancho fundo o céu melhor que tem no mundo
Se uma flor desabrocha e o sol queima
A montanha vai gelando lembra o cheiro da morena

Recomeçar
Recomeçar sentir a mesma poesia da primeira vez
E esquecer, o que passou, passou, eu quero olhar em frente
E encontrar alguma coisa que preencha a minha vida
Entender que você foi um sonho de amor, que não vai mais voltar

Reconhecer, não há remédio pra curar alma ferida
Reconstruir e colocar uma esperança no meu peito
Evoluir, quem sabe eu possa me encontrar na tua ausência
Viver não sei mais tenho que ter paciência
Pois com o tempo até quem sabe eu volte a ser feliz

Recomeçar você levou o amor, mais eu tenho a semente
E ninguém sofre por amor eternamente eu vou em frente em você,
Tentar recomeçar

Músicas do álbum Os Meninos Do Brasil (POLIGRAM 842210) - (1989)

Nome Compositor Ritmo
Somos Assim Paulinho Resende / Paulo Debétio Balanço
O Rio César Augusto / Mário Marcos Balada
Nascemos Para Cantar Danny Moore - Versão: Xororó / Chitãozinho Country
Brigas Evaldo Gouveia / Jair Amorim Bolero
São Coisas Da Vida Joel Marques / Xororó Balanço
Amor Incomum César Augusto / Chitãozinho / Xororó Rancheira
Os Meninos Do Brasil César Augusto / Antônio Carlos De Carvalho / José Homero Balanço
Terra Amante Carlos César / Wally Macedo Toada
Página Virada Paulo Sergio Valle / José Augusto Balanço
No Rancho Fundo Ary Barroso / Lamartine Babo Cateretê
Recomeçar Maurício Duboc / Carlos Colla Balanço
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