Expresso Boiadeiro (SERTANEJO 111405619) - (1983) - Carlos Cézar e Cristiano

Para ver a lista de músicas, clique na lista abaixo.

Expresso Boiadeiro
Soltem no pasto meu cavalo Ventania 
Que atrás do gado me levou sertão a fora 
E adquiri um caminhão de cem cavalos
Do que já fui, bem mais feliz eu sou agora 
O caminhão não cansa o gado e não me cansa
E ao fim da viagem pra chegar sou o primeiro 
Mesmo gastando combustível ainda compensa 
Ser motorista de um expresso boiadeiro

Fui no passado um pioneiro 
A cavalgar atrás do gado o ano inteiro 
E hoje sou caminhoneiro 
A dirigir o meu expresso boiadeiro

Antes tocava meu berrante pela estrada 
Hoje desperto meu sertão com a buzina 
Antes levava moça linda na garupa
Hoje essa moça vai comigo na cabine 
Antes a onça com seus olhos clareava 
A noite escura envolvida na neblina 
Hoje o progresso colocou as faixas brancas 
E o rumo certo sobre a pista vira me ensina

Fui no passado um pioneiro 
A cavalgar atrás do gado o ano inteiro 
E hoje sou caminhoneiro 
A dirigir o meu expresso boiadeiro

Do ontem ao hoje dividido está o tempo 
Que se formou na era da velocidade 
E mesmo assim ao recordar do meu berrante
Sinto no peito a dor gostosa da saudade 
Longas pousadas nos varjões ao pé do fogo
Até parece do café sentir o cheiro 
Ouvindo histórias e violas ponteando
E quando acordo estou no expresso boiadeiro

Fui no passado um pioneiro 
A cavalgar atrás do gado o ano inteiro 
E hoje sou caminhoneiro 
A dirigir o meu expresso boiadeiro

Ex-Amante
Amigo eu não sou culpado se eu estou casado com seu ex-amor
Amigo eu não tenho culpa se eu dei a ela muito mais valor
Contigo ela foi apenas mais uma amante, não foi nada mais
Comigo ela é esposa, amante e amiga, isso e muito mais

Seu filhinho agora me chama de pai
Sua ex-amante é minha mulher
Eu não tenho culpa se sei dar amor
Algo que na vida todo mundo quer

Amigo siga teu caminho por favor te peço não guarde rancores
Você não será esquecido pois deixou comigo um de seus valores
Deixou sua maior riqueza seu pequeno filho fruto do passado
Eu não roubei nada que é seu foi ele quem quis ter um pai a seu lado

Seu filhinho agora me chama de pai
Sua ex-amante é minha mulher
Eu não tenho culpa se sei dar amor
Algo que na vida todo mundo quer

Carreteiro Da Saudade
Carreteiro da saudade onde estas rodando agora 
Quem te ama de verdade beija teu retrato e chora
Carreteiro da saudade onde estas rodando agora 
Quem te ama de verdade beija teu retrato e chora

E quando os sonhos te acompanham pela estrada 
Lembranças de seus amigos, saudade de sua amada 
Só tem consolo da amizade verdadeira 
Quem carrega Deus no peito não tem medo de ladeira 
E na vertigem de montanha, estrada e rio 
Pneuzada sempre cheia, coração sempre vazio
E na vertigem de montanha, estrada e rio 
Pneuzada sempre cheia, coração sempre vazio

Carreteiro da saudade onde estas rodando agora 
Quem te ama de verdade beija teu retrato e chora
Carreteiro da saudade onde estas rodando agora 
Quem te ama de verdade beija teu retrato e chora

E quantas vezes de viagem atrasado 
E encontrando o irmão na estrada no acostamento travado 
Troca a canseira pela solidariedade 
Precisou de um carreteiro, nunca fica na saudade 
E na pousada pra escapar da tentação 
Só a modinha caipira é que escapara da solidão
E na pousada pra escapar da tentação 
Só a modinha caipira é que escapara da solidão

Amargurado
O que é feito daqueles beijos que eu te dei
Daquele amor cheio de ilusão que foi a razão do nosso querer
Pra onde foram tantas promessas que me fizeste
Não se importando que o nosso amor viesse a morrer
 
Talvez com outro estejas vivendo bem mais feliz
Dizendo ainda que nunca houve amor entre nós
Pois tu sonhavas com uma riqueza que eu nunca tive
E se ao meu lado muito sofrestes o meu desejo é que vivas melhor
 
Vai com Deus sejas feliz com o teu amado
Tens aqui um peito magoado que muito sofre por ti amar
Eu só desejo que a boa sorte siga teus passos
Mas se tiveres algum fracasso creias que ainda te possa ajudar

Felicidade
Felicidade, meu bem querido 
Que o teu destino te brinde sempre felicidade 
Que o céu formoso e amor eterno 
Alegre sempre teu coração

Felicidade, meu bem querido 
Que o teu destino te brinde sempre felicidade 
Que um céu formoso e amor eterno 
Alegre sempre teu coração

Seja um milagre a tua vida 
Sonha em que torna realidade 
E em teus sonhos também receba 
Um terno beijo de felicidade

Viola Sentida
Eu toco a viola sentida pra alegrar minha vida 
E trazer muito amor a este mundo sofrido 
Eu venho vindo e cantando no caminho ponteando 
O amor que existe em meu peito escondido 

Eu vou mandar a tristeza pra bem longe de mim 
E vou dar um adeus pra minha solidão te amar 
Toca viola, toca em meu peito triste
Que existe muito amor pra dar 
Toca viola toca em meu peito triste 
Peça pra este amor para mim voltar

Os Três Boiadeiros
Onde estão meus companheiros

Viajando nas estradas, Zé Rolha na frente 
Tocando o berrante chamando a boiada 
O Chiquinho, sempre do lado
Distraindo o gado tomando cuidado na encruzilhada 
E a gente vivia, tocando a boiada

Mas um dia na invernada, deu uma trovoada 
Numa derriçada o gado estourou 
Nesse dia morreu Zé Rolha
Caiu do cavalo foi dentro do valo e o gado pisou 
Fiquei eu e Chiquinho, tocando a boiada

Num Domingo de rodeio, Chiquinho bebeu
E não me obedeceu pulou no picadeiro 
Num relance, atirei na rês, a vaca tremeu
Mas num pulo que deu matou meu companheiro 
Eu fiquei sozinho, tocando a boiada

Viajando nas estradas, não ouço berrante 
Nem vejo lá adiante meus dois companheiros 
Deste trio ficou a saudade por toda cidade 
O povo pergunta dos três boiadeiros 
Eu fiquei sozinho, tocando a boiada
Eu fiquei sozinho, tocando a boiada

Estrada De Chão
Estrada de chão seu tempo se foi 
Cadê a peonada, poeira e bois
Cobriram de preto a estrada de chão 
E mais preto é o luto do meu coração
O passado morreu só ficaram lembranças 
Que morre comigo e doce esperança 
E ainda ouvir na encruzilhada 
Um berrante tocando chamando a boiada

Grita o peão ueh, ueh, ei boi 
Na estrada de chão vai, boiada
Grita o peão ueh, ueh, ei boi 
Na estrada de chão, vai boiada

Alegres pousadas com meus companheiros 
Que há muitos janeiros não sei onde estão 
Cadê Ferreirinha, João Boiadeiro 
Pousada mineira e o negro Peão 
Que ariscavam a vida em cima do arreio 
E todo o rodeio chamava atenção 
Seus nomes famosos ficaram na historia 
Passados e glórias da estrada de chão

Grita o peão ueh, ueh, ei boi 
Na estrada de chão vai, boiada
Grita o peão ueh, ueh, ei boi 
Na estrada de chão, vai boiada

Meu par de esporas, meu laço e arreio 
Que há muito no meio das tralhas guardei 
Meu velho berrante enfeita a sala 
E ao lado as medalhas que colecionei 
Meu cavalo baio relincha no pasto 
Sentindo o cansaço que o tempo lhe fez 
E a passarada que alegra o sertão 
Gorjeiam cantigas da estrada de chão

Grita o peão ueh, ueh, ei boi 
Na estrada de chão vai, boiada
Grita o peão ueh, ueh, ei boi 
Na estrada de chão, vai boiada

Doces Memórias
Ficou dentro de mim o gosto de fim 
Porque, porque jamais vou rever meu lar 
Meu céu e tudo o que deixei 
O meu sol clareando o caminho 
São memórias que eu guardei 

Cai, sem parar, dos olhos meus 
Pranto de dor que se fez adeus 

Hoje só restam, em mim doces memórias 
Da flor, a tremular no pé de girassol 
Da luz, do arco-íris verde, azul e outras cores 
A brilhar, com o sol na cortina do arrebol

Cai, sem parar, dos olhos meus 
Pranto de dor que se fez adeus 
Adeus, adeus

Maldita Música
Amor querido continuo te esperando 
Mas você que nunca chega e a saudade aumentando 
Quantos detalhes que você deixou aqui 
Estou preso nas lembranças, não consigo mais dormir 

Em nossa casa hoje mora a solidão 
Dentro dela um coração que não cansa de chorar 
E pra aumentar mais ainda o sofrimento 
Essa música no radio toca a todo momento

Maldita música que toca a toda hora 
Essa música machuca a minha alma, o meu ser
Maldita música que toca a toda hora 
Escutando essa música não posso te esquecer

Tia Tonha
Cachimbo de barro na mão tremulante 
Um simples barbante prendendo o avental 
Rodilha de trapos, bacia cheinha 
De roupas limpinhas pra por no varal

Calcanhar partido pela terra quente 
Sofrida e doente está Tia Tonha
Por que a indústria levou seu tear
E deixou no lugar a saudade medonha 

Navios negreiros não apitam mais
Por que os petroleiros chegaram aos cais
Aguaceiro morno de um cansado olhar
Você já diz tudo, por que perguntar

Contando ela diz que um dia seus pais 
Chegaram aos cais num negro porão
E ela mais tarde viu Tio Benedito 
Parando, bonito formado escrivão

Não viu mais escravo nem também chibatas 
Viu negra, mulata destinos iguais 
Nunca mais viu os navios negreiros 
Por que os petroleiros chegaram aos cais

Navios negreiros não apitam mais
Por que os petroleiros chegaram aos cais
Aguaceiro morno de um cansado olhar
Você já diz tudo, por que perguntar

Disparada
Prepare seu coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não ver a morte sem chorar
A morte, o destino, tudo, a morte, o destino, tudo
Estava fora do lugar eu vivo pra consertar

Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu

Boiadeiro muito tempo laço firme braço forte
Muito gado muita gente pela vida segurei
Seguia como num sonho e o boiadeiro era um rei

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando as visões se clareando
As visões se clareando até que um dia acordei

Então não pude seguir valente lugar-tenente
De dono de gado e gente porque gado a gente marca
Tange, ferra engorda e mata, mas com gente é diferente

Se você não acordar não posso me desculpar
Não canto pra enganar vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por um motivo meu ou de quem comigo houvesse
E qualquer querer tivesse por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu querer mais longe que eu

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei, agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte de um reino que não tem rei

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém de junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu, querer mais longe que eu

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei, agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte de um reino que não tem rei

 

Músicas do álbum Expresso Boiadeiro (SERTANEJO 111405619) - (1983)

Nome Compositor Ritmo
Expresso Boiadeiro Carlos Cezar / José Fortuna Toada
Ex-Amante Cristiano Guarânia
Carreteiro Da Saudade Carlos Cezar / Chrisostomo Toada
Amargurado Tião Carreiro / Dino Franco Guarânia
Felicidade Carlos Cezar Polca
Viola Sentida Carlos Cezar Balanço
Os Três Boiadeiros Anacleto Rosa Júnior Rancheira
Estrada De Chão Aurélio Miranda Toada
Doces Memórias Mickey Newbury / José Fortuna Balanço
Maldita Música Tony Damito / Wilson Tavares Batidão
Tia Tonha Carlos Cezar / Morgado Toada
Disparada Théo De Barros / Geraldo Vandré Toada/Cururu
Compartilhe essa página
Aprenda a tocar viola, acesse Apostila de Viola Caipira Material de qualidade produzido por João Vilarim