Lençol Cor De Rosa (JRC 592404029) - (1989) - Amaraà e Morisbel
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Lençol Cor De Rosa
Lençol cor de rosa que foi meu amigo até o presente
Tu és testemunha dos nobres momentos que eu já vivi
Pra eterna lembrança ainda tem as manchas gravadas da noite
Que nos braços dela a primeira vez suado dormi
As quatro paredes, os tetos e os móveis assistiram tudo
E o abajur sobre o criado mudo mostrava dois corpos em lua de mel
Hoje são os mesmos que assistem meu corpo tremendo de frio
Nesta casa fria num quarto sombrio, sombras de tristeza, saudade cruel
Lençol cor de rosa eu já não suporto tanto sofrimento
Ao te ver cobrindo a cama que foi doce ninho de amor
Vou te por no fundo do guarda roupa meu lençol amigo
Pra ver se consigo fugir da saudade que ela deixou
As quatro paredes, os tetos e os móveis assistiram tudo
E o abajur sobre o criado mudo mostrava dois corpos em lua de mel
Hoje são os mesmos que assistem meu corpo tremendo de frio
Nesta casa fria num quarto sombrio, sombras de tristeza, saudade cruel
Operário, Vida E Viola
Levanto escuro pra suar as botinas
Beijo os meninos e vou trabalhar
Pego o transporte lotado de gente
Ai que vontade ardente de logo assentar
Â
Os treze pontos que arrisquei na quinta
Foi então a quina que eu também tentei
Pobre do pobre só vive de sonho   Â
E eu ponho fé no jogo que joguei
Pobre do pobre só vive de sonho   Â
E eu ponho fé no jogo que joguei
Â
Fim de semana
A ilusão de poder descansar
Faço meu vale passo no boteco
E tomo um treco pra me enganar
Â
Das minhas mágoas e das minhas dores
Desses ardores que a gente tem
Da vida dura aqui se vai levando
E tapeando neste vai e vem
Da vida dura aqui se vai levando
E tapeando neste vai e vem
Â
No meu barraco está faltando tudo
Como é miúdo o salário meu
Igual um pinto apertado no ovo
Vive este povo só de fé em Deus
Â
Mas se a tristeza vem e me amola
Pego a viola e canto uma canção
Eu tenho a nega e os meus meninos
Este é o destino desse cidadão
Â
Pego a viola e canto pros amigos
Falam comigo você vai vencer
Mas não preciso nem gravar um disco
Eu já sou artista por sobreviver
Mas não preciso nem gravar um disco
Eu já sou artista por sobreviver
Meu Mundo De Amor
Não sei se vou suportar a sua ausência
Não sei se vou poder viver sem o seu amor
Tenho certeza que irei chorar todas minhas lágrimas
Meu grande amor, meus dias vão se transformar em amargura e dor
Serão tristes as minhas noites sem você perto de mim
Cada dia que passar mais perto estará meu fim
E se um dia voltares só encontrarás a minha saudade
Porque já parti par a eternidade por não suportar tanta solidão
E se me encontrares depois de tudo que eu já sofri
Pode estar certa que te esqueci que já estas morta em meu coração
Os Olhos Da Alma
Aquele moço de alma boa e muita crença
Era cego de nascença tinha o sonho de enxergar
Aos trinta anos já era consideradoÂ
Um dos bons advogados que havia no lugar
Mas o seu sonho não lhe saÃa da mente
Queria ver sua gente as obras do Criador
Sonhava ver as paisagens coloridas
E a sua esposa querida por quem tinha um grande amor
Para o seu sonho se tornar realidade
Deixou a sua cidade, viajou pra capital
Feliz da vida ele seguia confianteÂ
Pois faria seu transplante num famoso hospital
E a cirurgia teve tão grande sucesso
Que marcaram seu regresso bem antes da previsão
Chegando em casa quis dar a bela surpresa
Mas recebeu com tristeza a maior decepção
Abrindo a porta viu sua mulher amada
Seminua e abraçada com o seu melhor amigo
Por um momento reparou seus lindos traços
Mas caindo no fracasso compreendeu que era castigo
E soluçando comentava muito aflito
Esses olhos são malditos, pois são contra os sonhos meus
Quando era cego tinha paz, amor e calma
Pois com os olhos da alma eu só via o que é de Deus
Instante De Amor
A encontrei numa tarde tão faceira e tão cativa
Ela estava tão bonita e eu me apaixonei
E desde aquele instante o meu peito ofegante
O meu coração amante com carinho a entreguei
E foi assim que ali nasceu um madrigal de emoções
Dois corações a palpitar com muito amor para se dar
E este amor que ali nasceu glorificou e floresceu
Enraizou, frutificou e nunca mais em nós morreu
Mas o tempo foi passando primaveras desfolhando
Invernos foram chegando atingindo aquela flor
E com o correr dos anos nos fomos envelhecendo
Pouco a pouco foi morrendo o brilho daquela flor
E foi assim que ali nasceu um madrigal de emoções
Dois corações a palpitar com muito amor para se dar
E este amor que ali nasceu glorificou e floresceu
Enraizou, frutificou e nunca mais em nós morreu
Mulher De Calendário
Perdi a cabeça e rompi o romance
Rasguei os convites desfiz o noivado
Rasguei as passagens de ida e volta
Joguei os presentes que tinha comprado
Bem mais que depressa vendi o que tinha
Deixei minha conta no banco tambémÂ
Deixei os amigos no mesmo conceito
Porém fui embora levando no peito
Aquela rajada de mágoa de alguém
Que decepção eu tive do mundo
Que fez o destino provar-me ao contrário
Mostrando a mulher que eu tanto queria
Em frente uma porta de borracharia
Vestida e exposta em um calendário
Amei a menina mais bela do mundoÂ
Passou tanto tempo e eu nem se quer
Notei diferença em que pretendia
Fazer para sempre a minha mulher
Amamos e fomos felizes amantes
Mas ela montou um esquema de amarÂ
E eu amarrado no rabo de saia
Passava por trouxa, restolho e cobaia
Que só o acaso me fez enxergar
Que decepção eu tive do mundo
Que fez o destino provar-me ao contrário
Mostrando a mulher que eu tanto queria
Em frente uma porta de borracharia
Vestida e exposta em um calendário
Lamento De Caboclo
Por um trilho estreito entre samambaia
De chapéu de palha eu ia para mina
Enchia o corote com a canequinha
De água fresquinha, limpa e cristalina
Â
Depois me assentava no barranco ao lado
E entusiasmado eu ficava olhando
A queda da água rodando o moinho
E no ribeirãozinho mujolo malhando
Â
A tarde eu deixava o mujolo parado
E o arroz socado eu levava pra janta
Corria na venda comprava envelope
Voltava a galope no cavalo pampa
Â
Tomava um traguinho jantava bastante
Achava importante escrever pros parentes
Contanto que a roça estava limpinha
E que ninguém tinha ficado doente
Â
Mas minha pobreza foi contaminando
Aos poucos tirando esta felicidade
Embora a roça fosse um berço sagrado
Me vi obrigado a mudar pra cidade
Â
Passei a comer só arroz de pacote
Troquei o corote por filtro esmaltado
Nem carta escrevo pois vivo sozinho
Só vejo moinho do super-mercado
Â
Se vejo mujolo movido a motores
Só em casa de flores vejo samambaia
Mas fico orgulhoso por ver margaridas
Limpando avenidas de chapéu de palha
Â
A grande saudade que tenho guardada
Será revelada se um dia eu voltar
Então pedirei perdão ao presente
Pra eternamente na roça eu ficar
Luz Do Meu Viver
Meu grande amigo agradeço seu favor
Eu me refiro aquele gesto de bondade
Pois a morena que você me apresentou
É para mim a maior felicidade
Com toda alma entregou-me seu amor
Também a amo com toda sinceridade
Sempre feliz juntinho dela eu estou
Se eu perdê-la sei que morro de saudade
Ai, ai, meu bem eu a amo loucamente
Ai, ai, meu bem eu quero estar ao seu lado eternamente
Eu fico triste os dias que não a vejo
Mas me disfarço pra ninguém não perceber
Sinto ciúme, sinto amor, sinto saudade
Por eu estar apaixonado por você
Sei que por Deus para mim foste escolhida
Forças ocultas me parecem assim dizer
É uma rosa no jardim da minha vidaÂ
Que fez um cravo quase morto reviver
Ai, ai, meu bem eu a amo loucamente
Ai, ai, meu bem eu quero estar ao seu lado eternamente
Terra Vermelha
Terra vermelha marca santa registrada do sertão do meu Brasil
Pó triunfante esperança verdejante de um povo varonil
Terra vermelha salpicada de amor meu primeiro amanhecer
Eu me sinto tão honrado ao gritar em alto brado que sou filho de você
Terra vermelha ilusão maior de um povo
Terra vermelha sonho lindo sempre novo
Terra vermelha paraÃso em meu paÃs
Sem mistérios vou dizer quando piso em você
Eu sou muito mais feliz
Terra vermelha mensageira tão sublime que enfeita nosso chão
Nasceste pobre de um caboclo sempre nobre representas o sertãoÂ
Terra vermelha cor de sangue derramado pelo bem desta nação
Sangue em forma de suor farejado com amor pelo povo do sertão
Terra vermelha ilusão maior de um povo
Terra vermelha sonho lindo sempre novo
Terra vermelha paraÃso em meu paÃs
Sem mistérios vou dizer quando piso em você
Eu sou muito mais feliz
Conselheiro Do Amor
Se for pra falar de amor vou começar por mim mesmo
E que ouvir o que digo verás que não falo a esmo
Em meus cabelos grisalhos em meu rosto envelhecido
Somente guardo lembranças dos momentos vividos
Da grande escola da vida saà formado em paixão
Hoje a ti cobro em defesa de quem tiver coração
A vida foi minha escola o mundo meu professorÂ
Por isso falem comigo quem quiser falar de amor
Na luta contra o orgulho devemos ficar alerta
Os bons momentos são poucos a vida curta e a morte é certa
A quem se queixa que a sorte não lhe deu todo que quis
Talvez eu saiba o motivo que me faz tão infelizÂ
Às vezes nos esquecemos o quanto a verdade dói
Então culpamos a sorte o que o orgulho destrói
Se você nega carinho a quem lhe oferece amor
Está colhendo espinho enquanto despreza a flor
Quem semear preconceito no terreno da vaidadeÂ
Irá colher a fartura de solidão e saudade
Na luta contra o orgulho devemos ficar alerta
Os bons momentos são poucos a vida curta e a morte é certa
Músicas do álbum Lençol Cor De Rosa (JRC 592404029) - (1989)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
Lencol Cor De Rosa | Mussulino / Altevir / Roniel | Rancheira |
Operário Vida E Viola | José Gonçalves | Toada Balanço |
Meu Mundo De Amor | Mussulino / Altevir / Roniel | Guarânia |
Os Olhos Da Alma | Manuelito Nunes / Zé Venâncio | Toada |
Instante De Amor | Amaraà / J. Garcia | Rasqueado |
Mulher De Calendário | Carlos Cézar / Morgado | Rancheira |
Lamento De Caboclo | Carlos Cézar / Morgado | Guarânia |
Luz Do Meu Viver | Amaraà / B. Amorim | Polca |
Terra Vermelha | Noel Fernandes / Sebastião Victor | Toada |
Conselheiro Do Amor | Amaraà / Manuelito Nunes | Chula |