Amor Divinal (CLP 9094) - (1969) - Abel e Caim

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Amor Divinal
Eu quero ter-te em meus braços para sempre
Jamais consigo esquecer o nosso adeus
O meu desejo é beijar-te novamente
Na existência divinal dos sonhos meus

Preciso tanto do teu amor minha querida
Quanto o ar que eu respiro, quanta a luz do meu viver
Teu lindo nome é a oração de todos os instantes
Que meus lábios em murmúrio não se cansam de dizer

A Carta
Amargurado a tristonho volto escrever-te querida
Em cada frase sentida há um queixume de amor
Leia com todo carinho se ainda de mim tu gosta
Por favor, mande resposta pra terminar minha dor

Não perca meu endereço mande resposta em seguida
Já que não posso querida ouvir de perto tua voz
Escreva pelo menos três linhas te peço por piedade
Pra matar esta saudade tão cruciante e atroz

Esteja certa querida que em meu peito esta ânsia
É bem maior que a distância que me separa de ti
O meu amor é mais puro que as gotas cristalinas
Do orvalhar das campinas, igual não pode existir

Aqui eu vou terminando aproveitando o ensejo
Vai um abraço e um beijo deste que sempre te quis
A Deus eu peço também que te abençoe querida
E que te faça na vida eternamente feliz

Desilusão
Deste meu peito magoado eu guardo um passado cheio de rancor
Velhas ilusões perdidas tenho em minha vida só trouxeram dor.
A mulher que eu mais queria destruiu um dia meus sonhos em flor
Hoje sem felicidade choro de saudade do primeiro amor

Se meu coração falasse talvez confessasse o quanto sofreu
Quando morre uma esperança só fica a lembrança do amor que viveu
Ela levou meu desejo dando a outros os beijos do amor que foi meu
Com a nossa despedida para mim a vida também já morreu

Não tenho mais alegria choro noite e dia e sem consolação
Aquela morena ingrata aos poucos me mata sem ter compaixão
Nosso amor foi como um sonho que passou risonho com tanta ilusão
Daquele amor eloqüente eu ganhei somente abandono e traição

Juro até me envergonho ao ver que meus sonhos não foram reais
Carregarei meu fracasso seguindo meus passos com tristeza e ais
Com o decorrer dos meus anos trouxe desenganos e dias finais
Como os dias que passaram amores voaram para nunca mais

Último Adeus
Vem a aurora raiando distante vou embora daqui soluçando 
Seu amor para outro pertence não convém mais ficar esperando 
Se os seus lábios ingratos pudessem despedindo unirem-se aos meus
Nesta valsa sentida que canto ouviria baixinho meu ultimo adeus

Adeus, talvez não te vejo mais se ouvir dentro da noite meus ais
Não procure saber por que choro e depois se souber que eu morri
Não lastimes que a morte é um alívio e a vida é tão triste ausente de ti

E de branco com outro ao seu lado quando a escada da igreja descia
Era a noiva mais linda da tarde e eu era o que mais padecia
Com seu véu de grinalda em flores aumentava os encantos seus
Vendo o povo lhe dar os parabéns compreendi que era aquele meu último adeus

Adeus, talvez não te vejo mais se ouvir dentro da noite meus ais
Não procure saber por que choro e depois se souber que eu morri
Não lastimes que a morte é um alívio e a vida é tão triste ausente de ti

Baiana No Samba
A baianinha chegou lá do norte
Com sua arte fazendo conquistas
Veio de longe ariscando a sorte
Trazendo o samba na terra paulista
Se quebrando numa capoeira
Dança brasileira e do bom passista

Já confessei que à quero muito
Vamos de volta lá pra Salvador
E ver as praias no clarão da lua
Ornamentada pelo nosso amor

Já confessei que à quero muito
Vamos de volta lá pra Salvador
E ver as praias no clarão da lua
Ornamentada pelo nosso amor

Oh, baianinha você bem conhece
Lá na Bahia o nosso samba é quente
Há outras danças que ninguém esquece
E só você é que se faz presente
Oh, baianinha eu lhe vi quebrando
Não rebole tanto tenha dó da gente

Já confessei que à quero muito
Vamos de volta lá pra Salvador
E ver as praias no clarão da lua
Ornamentada pelo nosso amor

Já confessei que à quero muito
Vamos de volta lá pra Salvador
E ver as praias no clarão da lua
Ornamentada pelo nosso amor

Boiadeiro
Eu sou nascido nos Pampas, criado nos carrascais
Bebendo água nas guampas, brincando em espinheiras
Quando pequeno pisei capim rasteiro
Depois de grande montei sou cavaleiro

Do timbre do meu berrante improvisei meu refrão
Fiz de um guampasso possante meu canto de proteção
Na cavalgada laçando boi pantaneiro
Vou pelo mundo rodando sou boiadeiro

Enquanto vou galopando desmonto e torno a montar
Nas crinas dependurando sendo o perigo escapar
Onde o boi passa ligeiro saltando o valo
De que passar o barqueiro com seu cavalo

Pelas coivaras do morro do gravatá o cipó
Enquanto late o cachorro levanta nuvem de pó
O meu berrante ressoa pelas campinas
Quando o rebanho amontoa tudo termina

Chuva De Saudade
Chove, chove no terreiro, deixa chover
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer

A chuva que vem do céu se esparrama pelo chão
Forma rio de saudade na ponte do coração

Chove, chove no terreiro, deixa chover
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer

As águas nascem da terra numa nuvem de calor
A paixão nasce no peito num romance de amor

Chove, chove no terreiro, deixa chover
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer

Do ciúme nasce a dor, a dor só nos faz sofrer
Do amor nasce a saudade, da saudade o bem querer

Chove, chove no terreiro, deixa chover
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer
Quanto mais chove de saudade, mais aumenta o meu sofrer

Falsa Princesa 
Foi numa noite tão calma que ele deixou meu casebre
Trocou tudo pelo luxo e entregou-se na plebe
Os meus olhos se orvalharam, pois senti a ingratidão
Chorei lágrimas sentidas na dor pior desta vida é a dor de uma paixão

Num prédio lá da cidade ela tem seu aposento
No andar número cinco no quinto apartamento
Um cidadão já bem velho que morre de amor por ela 
Fez dela uma rainha dando a ela o que não tinha, transformou-a rica e bela

E quando eu passo na rua enfrente aquele edifício
E vejo seu apartamento aumentando meu suplício
Ela talvez gargalhando contempla meu triste drama
Cuidado falsa princesa seu galã de grande alteza pode manchar-se de lama

Capricho 
Não que capricho carrega que tudo me nega ao meu coração
Se peço um beijo não dá, se gosta de mim diz que não
Eu sofro de noite e dia que não tem quantia tanta ingratidão

Primeiro você parecia que alegre vivia pertinho de mim
Não sei o mal que eu fiz pra você ficar assim
Deste jeito continuando pra vier pesando, já chegou pra mim

Já tinha comprado a aliança com muita esperança de nós se casar
O seu nome dentro dela até já mandei gravar
Vai ter fim o nosso noivado eu fico magoado, mas não vou chorar

Confesso que já vou embora sei que você chora, mas não volto atrás
Amanha eu partirei sofrendo meus triste ais
E quando estiver arrependida eu digo querida não lhe quero mais

Pinha No Pinheiro
O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Arrasta-pé dá em Minas lá em Minas dá mineiro
Ue uai lá em Minas dá mineiro
E o pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro

Sou violeiro, catireiro e folgazão
Cantador de profissão viajando como o que
Vou em fandango, danço tango e se tiver
Um gostoso arrasta pé eu danço até o amanhecer

O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Arrasta-pé dá em Minas lá em Minas dá mineiro
Ue uai lá em Minas dá mineiro
E o pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro

Estou pensando e matutando sobre a rosa
Uma cabocla formosa natural de Guaxupé
Já fiz meus planos e até no fim do ano
Com a rosa eu junto os panos vamos ter arrasta pé

O pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro
Arrasta pé dá em Minas em Minas dá mineiro
Ue uai lá em Minas dá mineiro
E o pinhão dá na pinha e a pinha no pinheiro

Porta Voz Dos Pampas        
Deixei meu pago na encosta da serra 
Por companheira trouxe a saudade 
Vim conhecendo gente de outras terras 
Vim conquistando novas amizades
 
Gostei do povo carioca e paulista 
Paranaense, Goiano e Mineiro 
Diz que o gaúcho é muito bairrista 
Porém eu gosto do Brasil inteiro

De bom gaúcho Deus me deu a estampa 
De ser artista Deus me deu a sorte 
Fiz do meu peito o porta voz dos pampas 
Saudando o povo desde ao sul ao norte

Trouxe a mensagem verde das coxilhas 
Do minuano e do céu azul 
Narrei cantando os feitos farroupilhas 
Do sangue bravo que correu no sul

De Porto Alegre relatei o luxo 
Do rio Guaíba as águas cor de anil 
Trouxe um abraço do torrão gaúcho 
Aos quatro cantos do nosso Brasil

De bom gaúcho Deus me deu a estampa 
De ser artista Deus me deu a sorte 
Fiz do meu peito o porta voz dos pampas 
Saudando o povo desde ao sul ao norte

Milagre Do Retrato
Meu pai morava comigo quando nasceu meu filhinho 
Ele ficou tão contente por ter aquele netinho
Foi ele quem ensinou a dar os primeiros passinhos 
O menino foi crescendo com tanto amor no velhinho
Que somente ele dormia, ai, ai, no colo do vovozinho.

Mas quando ele fez dois anos meu velho pai faleceu 
O menino sentiu tanto que também adoeceu
Com a tal paralisia certo dia amanheceu 
Não podia mais andar suas pernas enfraqueceu 
Deitado em sua caminha, ai, ai, chamava pelo avô seu

Foi aí que eu lembrei de uma fotografia 
Peguei e dei pro menino pra ver se ele se entretia
Quando ele viu o retrato até chorou de alegria 
Apertando sobre o peito estas palavras dizia
Meu querido vovozinho, ai, ai, há quanto tempo eu não via

Com toda sua inocência falava pro retratinho 
Volta de novo comigo meu querido vovozinho
Depois que o senhor foi embora eu fiquei aleijadinho 
É grande meu sofrimento eu não sei andar sozinho
Volte de novo comigo, ai, ai, pra guiar os meus passinhos.

E naquele mesmo instante meu filho se levantou 
Com o retrato na mão pelo quarto ele andou
Naquela fotografia Duas lágrimas brotou 
Ainda depois de morto meu querido pai chorou, 
Mas graças a um milagre, ai, ai, o meu filhinho sarou

Músicas do álbum Amor Divinal (CLP 9094) - (1969)

Nome Compositor Ritmo
Amor Divinal Dino Franco Guarânia
A Carta Sebastião Da Silva Valsa
Desilusão Dino Franco Rasqueado
Último Adeus Zé Fortuna / Fernandes Valsa
Baiana No Samba Craveiro / Dino Franco Samba Caipira
Boiadeiro Benedito Domingos Da Costa Cateretê
Chuva De Saudade Carlos A.Paschoalim / Caim Samba Caipira
Falsa Princesa Abel / Nhô Cido Guarânia
Capricho Craveiro / Barbosinha Valsa
Pinha No Pinheiro Geraldo Meireles / Nhô Fio Arrasta-pé
Porta Voz Dos Pampas Dino Franco / Sebastião Victor Xote Gaúcho
Milagre Do Retrato Sulino / Paulo Calandro Moda De Viola
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