Abel E Caim (1973) (LP 1206) - (1973) - Abel e Caim
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RelÃquias de Amor
Quem tiver uma fotografia
Um retrato qualquer bem guardado
Com palavras de alguém que um dia
Pôs o seu nome autografado
E a lembrança de um beijo
De quem amou com ardor
Deve guardar com carinho
Por que são relÃquias de amor
Um anel ou uma medalha
Seja ela de ouro ou metal
O perfume de uma cartinha
Ou um lindo cartão de Natal
Um lenço com o nome bordado
Que já perdeu sua cor
Conserve por toda a vida
Por que são relÃquias de amor
Uma carta de amor que nos fala
Com carinho de quem escreveu
Um versinho feliz que embala
O amor que tão puro nasceu
As juras que foram trocadas
Num lindo jardim em flor
Guarde em seu pensamento
Por que são relÃquias de amor
Sonhos de Criança
Tenho saudade da querida terraÂ
Onde passei minha pequena infância
Do amor primeiro sonho de criançaÂ
Que lá ficou se ainda existe não sei
Lembro o riacho onde nós brincamosÂ
Em tardes mornas em pleno verão
Sinto em mim alma de criançaÂ
Brincar no vago do meu coração
Tenho receio de chegar sorrindoÂ
Chorar depois na hora de partir
Noites e noites já perdi chorandoÂ
A contemplar a paisagem bela
Vejo a escolinha onde eu e elaÂ
Trocamos juras de amor iguais
Se eu puder voltarei um diaÂ
Na esperança de revê-la então
Se a encontrar vou sorrir de alegriaÂ
Pra confortar meu pobre coração
Tenho receio de chegar sorrindoÂ
Chorar depois na hora de partir
Moreninha Linda
Meu coração tá pisado, como a flor que murcha e cai
Pisado pelo desprezo do amor quando desfaz
Deixando a triste lembrança adeus para nunca mais
Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você
Â
O amor nasce sozinho não é preciso plantar
A paixão nasce no peito falsidade no olhar
Você nasceu para outro eu nasci pra te amar
Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você
Â
Eu tenho meu canarinho que canta quando me vê
Eu canto por ter tristeza, canário por padecer
Da saudade da floresta eu saudade de você
Moreninha linda do meu bem querer
É triste a saudade longe de você
Amor Ingrato
Quantas e quantas noites sem sono
No abandono sempre a soluçar
Me lembro alguém que vive além
Saudade vem me atormentar
Aqui tão longe do teu rosto santo
Eu choro tanto sem consolação
As vezes comigo eu delÃrio e falo
Depois me calo nesta solidão
Tu foste ingrata foste malvada
Tu és culpada do meu sofrimento
Já não te lembras das tuas promessas
Morreu depressa o teu juramento
Aqui distante sei da tua vida
Clama arrependida sente a minha falta
Sei que agora vive nos braços de outro
Que de ti faz pouco e te maltrata
A Saudade Vem
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou mais
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou mais
Â
Coração de pedra duraÂ
Que por nada se desfazÂ
Quanto mais tu me desprezasÂ
Cada vez te quero maisÂ
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou mais
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou mais
Â
Depois que você partiuÂ
Nem viola não toco maisÂ
Eu também já vou emboraÂ
Pra onde a saudade vaiÂ
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou maisÂ
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou maisÂ
Adeus minha mãe queridaÂ
eu aqui não fico maisÂ
Vou embora, vou emboraÂ
Pra onde a saudade vaiÂ
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou mais
A saudade vem, a saudade vaiÂ
A linda morena que foi emboraÂ
E não voltou maisÂ
Boiada
Boiada, triste boiada na estrada cheia de póÂ
Boiada o meu coração também caminha tão sóÂ
Levando junto a saudade velha esperança guardadaÂ
Vai carregando a tristeza ao passo lento na estrada
Saà de casa menino deixei chorando meus paisÂ
Cresci no mundo sozinho e não voltei nunca maisÂ
A irmã deve estar casada a mãe que nunca me esqueceÂ
Meu pai de certo está velho o irmão já nem me conheceÂ
A lua me beija o rosto sereno me faz carinho
O vento faz serenata aonde eu durmo sozinho
As estrelas são meus guardas posso dormir sossegado
E quando elas vão-se embora o sol vem juntar meu gado
Muitas vezes na despedida eu tenho que disfarçar
Quando uma lágrima rola caindo do meu olhar
A poeira vai levantando no céu formando um letreiroÂ
Se espalha em letra de pó lembrança de um boiadeiro
Renúncia
Triste hora foi aquela meu amorÂ
Em que tu vieste me dizer assim
Eu te peço que me deixe por favorÂ
E procure nunca mais pensar em mim
Ouvindo estas palavras tão sentidasÂ
Nem sei como eu pude resistir
Enfim me ausentei da tua vida meu amor
Porém te esquecer não esqueci
Os anos que passamos juntinhos
Sonhei, amei e sofri
São eles as fiéis testemunhas
O quando eu fui sincero a ti
Vivemos quase uma bodas de prata
Na nossa invejada união
Também não esqueci a triste data
Da tua incompreendida decisão
Nos tempos em que trocávamos carÃcias
A ti eu entreguei meu coração
E agora que me deixas para sempre meu amor
Te deixo de presente esta canção
Os anos que passamos juntinhos
Sonhei, amei e sofri
São eles as fiéis testemunhas
O quando eu fui sincero a ti
Mamãe, Mamãe
O M que eu tenho guardado na palma da minha mãoÂ
É o nome de mãe gravado no fundo do coraçãoÂ
Mamãe, mamãe, mamãe como eu gosto de vocêÂ
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viverÂ
Â
Eu quero beijar tuas mãos a benção ó, mãe queridaÂ
Pedindo a Deus proteção e muitos anos de vidaÂ
Mamãe, mamãe, mamãe como eu gosto de vocêÂ
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viverÂ
Â
Em meus passos teu cuidado em meu viver teu amorÂ
Em minha alegria canta e chora com a minha dorÂ
Mamãe, mamãe, mamãe como eu gosto de vocêÂ
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viverÂ
Curitibana
Eu vou parti ai, nesta madrugadaÂ
Ver minha namorada que mandou me chamar
Eu vou pegar minha besta ruanaÂ
Trago a curitibana com que vou me casarÂ
Â
Adeus, adeus minha companheiradaÂ
Olhem minha boiada até quando eu voltar
Eu vou buscar a cabocla serranaÂ
Linda curitibana que está no Paraná
Â
Quando cheguei vendo o golpe doÃdoÂ
Ela tinha morrido para o céu foi morarÂ
Quanto chorei minha sorte tirana
Adeus, curitibana e adeus Paraná
Pretinho Aleijado
Levando oitocentos boi eu saà de Rancharia
Na praça de Três Lagoas cheguei no morrer do dia
O sino de uma igrejinha numa estranha melodia
Anunciava tristemente a hora da Ave Maria
Eu entrei a igreja adentro pra fazer minha oração
Assisti um quadro triste me cortou meu coração
Um pretinho aleijado somente com uma das mãos
Puxava a corda do sino cantando triste canção, ai, ai
Â
Aquela alma feliz era o espelho a muita gente
Que tendo tudo no mundo da vida vive descrente
O meu negro coração transformou-se de repente
Ao terminar minha prece era um homem diferente
Â
No outro dia com a boiada saà de madrugadinha
Muitas léguas de distância esta notÃcia me vinha
Que um malvado desordeiro assaltou a igrejinha
E matou o aleijadinho pra roubar tudo que tinha, ai, ai
Â
O sino de Três Lagoas vivia silenciado
E eu com meu para-belo andava atrás do malvado
Voltando nesta cidade vi o povo assustado
Diz que o sino a meia noite sozinho tinha tocado
Â
Eu entrei na igrejinha uma voz pra mim falou
Jogue fora esta arma não se torne um pecador
Tirar a vida de um cristão compete a Nosso Senhor
Conheci a voz do pretinho o meu ódio se acabou, ai, ai
Capacete de Aço
O vapor já apitou no porto estamos chegando
Lá vem vindo minha mãe com os olhos lagrimando
Com o vestido enlutando com o olhar desconsolado
Com certeza me esperando
Tira o vestido preto ponha branco ou rosado
Por que de agora em diante estarei sempre a seu lado
Já ganhei minha vitoria meu nome ficou na historia
Num livro plastificado
E a terra que eu levei abençoada por Deus
Distribuà em todas campas dos pracinhas que morreu
A herança derradeira foi a terra brasileira
Que o pracinha mereceu
Minha mãe não fique triste me aperte em teus braços
Estou chegando da guerra vim curar o meu cansaço
Eu trago como herança e guardo como lembrança
Meu capacete de aço
Paixão De Mineiro
Sou de Belo Horizonte cheguei ante ontem da terra da garoa
Admiro os paulistas são moças bonitas merecem coroa
Quer ganhar o concurso na elegância e no luxo dama brasileira
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira
Vim no Rio de Janeiro eu fiquei banzeiro com as cariocas
São rainhas no samba e na corda bamba seu corpo faz cócegas
Na praia bronzeia corpo de sereia deixando faceira
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira
E lá no Rio Grande a gente se expande com as gauchadas
Dançar chimarrita com as gauchita é dura a parada
Gaúcha formosa rostinho de rosa são trabalhadeiras
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira
A passagem eu comprei pra Bahia embarquei quis ver a verdade
Diz que a baiana tem contar não convém mas deixei saudade
Mostrou seu valor lá pro exterior a miss brasileira
Mas eu digo com satisfação este meu coração só ama mineira
Músicas do álbum Abel E Caim (1973) (LP 1206) - (1973)
Nome | Compositor | Ritmo |
---|---|---|
RelÃquias De Amor | Nelson Gomes / Tuta | Valsa |
Sonhos De Criança | Tupy / Tapuã | Toada |
Moreninha Linda | Priminho / Maninho / Tonico | Arrasta-pé |
Amor Ingrato | Tuta | Fox |
A Saudade Vem | Tonico / Tinoco | Samba Caipira |
Boiada | Zé Paioça | Toada |
Renúncia | Zico | Rasqueado |
Mamãe, Mamãe | Tonico / Eduardo Lorente | Valsa |
Curitibana | Pirigoso / Tonico | Corrido |
Pretinho Aleijado | Luizinho / Teddy Vieira | Balanço |
Capacete De Aço | Serafim Coelho / Vidoco | Rojão |
Paixão De Mineiro | MarcÃlio Martinez / Paulo A. Silva | Cateretê |